Café: Após subir 500 pts durante a sessão, cotações do arábica em NY fecham acima de US$ 1,30/lb
Nesta semana, os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) oscilaram acompanhando a valorização cambial e as incertezas climáticas no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. De sexta-feira passada para esta, o vencimento dezembro/15 registrou ganhos de 5,87%. Na sessão de hoje, o mercado seguiu os mesmos fundamentos dos últimos dias. No entanto, a alta foi mais expressiva, alguns vencimentos chegaram a testar o patamar de US$ 1,35 por libra-peso.
Os lotes com vencimento para dezembro/15 encerraram o pregão desta sexta-feira cotados a 130,90 cents/lb e o março/16 a 134,15 cents/lb, ambos com alta de 245 pontos. Já o contrato maio/16 fechou o dia com 136,95 cents/lb e valorização de 325 pontos, enquanto o julho/16, mais distante, registrou 138,65 cents/lb com avanço de 320 pontos.
No mercado físico nacional, as cotações dos tipos mais negociados de café arábica tiveram poucas oscilações nesta semana, mesmo com a forte alta de Nova York, pois o dólar recuou. O tipo 6 duro fechou esta sexta-feira com preço médio de R$ 481,29 nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas. Os produtores seguem retraídos, aguardando uma melhor definição do mercado.
Nesta sexta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 3,7588 na venda, com queda de 0,90%. A moeda norte-americana menos valorizada ante o real acaba dando suporte aos preços do café no mercado externo uma vez que desencoraja as exportações. Na semana, a moeda estrangeira acumulou perda de 4,74%.
Ontem, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reforçou em ata as apostas de que só elevará os juros no ano que vem, e isso tende a favorecer mercados emergentes como o Brasil.
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No aspecto fundamental, mesmo que em menor intensidade, favorecem os futuros da commodity no terminal norte-americano as incertezas climáticas no cinturão produtivo do Brasil. Os principais institutos meteorológicos não apontam chuvas generalizadas e duradouras para os próximos dias. Após a primeira florada, registrada no mês passado, as lavouras necessitam de chuvas para o desenvolvimento adequado dos chumbinhos que produzirá o café da safra 2016/17.
"O clima vem assustando Minas Gerais e Espírito Santo, coração do café no Brasil, e deixando a maioria dos envolvidos desconfortáveis a continuar carregando posições vendidas em aberto sem as devidas coberturas", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Reforçando a importância do clima para a produção na próxima temporada, o CNC (Conselho Nacional do Café) trouxe em seu boletim semanal, divulgado nesta sexta-feira, uma tabela com base em informações da Climatempo que avalia as condições climáticas que afetam o desenvolvimento da safra nas principais regiões cafeeiras do Brasil.
Expectativas de longo prazo
Durante a semana, a divulgação do boletim trimestral do Rabobank repercutiu bastante entre os envolvidos no mercado. O banco internacional acredita em tendência altista para os preços no longo prazo, com um déficit global de café inevitável. No relatório, ainda é informado que entre os meses de outubro e dezembro os principais direcionadores para as cotações futuras serão a florada brasileira e a volatilidade do câmbio.
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Exportações de café
Mesmo com as cotações futuras do café arábica subindo nesta semana em Nova York, os dados de exportação divulgados ontem (8/10) pelo CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) mostram que a demanda pelo grão verde, torrado & moído e solúvel do Brasil está aquecida. O volume de café embarcado pelo Brasil em setembro foi 3% mais alto que no mesmo período de 2014, somando 3.078.667 sacas de 60 kg. Já receita foi 18,6% menor que a registrada em setembro do ano passado, totalizando US$ 482,198 milhões.
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Mercado interno
As negociações no mercado físico brasileiro não ganharam ritmo nesta semana. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os produtores seguem retraídos, aguardando uma melhor definição no mercado, os preços ofertados não compensam os custos de produção que estão bem mais altos. As cotações por aqui durante a semana não registraram grandes oscilações mesmo com a alta semanal de 5,87% na Bolsa de Nova York e o recuo do dólar.
Nesta sexta-feira, o tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 565,00 - estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG), onde a saca avançou 2,45%, para R$ 544,00.
Da sexta-feira passada para esta, a cidade que registrou maior variação foi Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de R$ 40,00 (+7,41%), saindo de R$ 540,00 para R$ 580,00 a saca.
Hoje, o tipo 4/5 também registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 565,00 - estável. A maior variação no dia dentre as praças de comercialização ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,63% e saca valendo R$ 499,00.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Poços de Caldas (MG) que tinha na semana passada saca cotada a R$ 491,00, mas subiu R$ 8,00 (+1,63%) e agora vale R$ 499,00.
Nesta sexta, o tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 507,00 a saca - estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,04% e R$ 487,00 a saca.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 foi registrada em Espírito Santo do Pinhal (SP), por lá a saca estava cotada a R$ 490,00 na sexta passada, mas teve valorização de R$ 10,00 (+2,04%), e agora está em R$ 500,00.
Na quinta-feira (8), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta de 1,61% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 481,37.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam com alta moderada nesta sexta-feira. O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1618,00 por tonelada com alta de US$ 36, o janeiro/16 teve US$ 1628,00 por tonelada com valorização de US$ 32. Já o contrato março/16 registrou US$ 1640,00 por tonelada e US$ 29 de avanço em relação à sessão anterior.