Café: Após curtas oscilações durante toda semana, Bolsa de Nova York surpreende e fecha com alta de 350 pts

Publicado em 02/10/2015 17:42

Nesta semana, os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) oscilaram dos dois lados da tabela acompanhando o comportamento do dólar e o clima no Brasil, que pode influenciar na produção da safra 2016/17. Também houve na terça-feira a divulgação da Conab que revisou para baixo a safra brasileira, o que também ajudou na elevação dos preços no mercado externo.

Entretanto, após buscar direcionamento nos últimos dias, o mercado registrou alta de 350 pontos nesta sexta-feira (2) com receios de que o clima possa prejudicar as recentes floradas no cinturão produtivo. Os principais vencimentos, inclusive, buscam o patamar de US$ 1,25 por libra-peso.

No Brasil, acontecem poucos negócios. O dólar até deu suporte às cotações no mercado físico nos últimos dias, mas os custos de produção também estão mais altos, o que acaba afastando o produtor do mercado. Os cafés arábica de melhor qualidade continuam tocando R$ 500,00 a saca nas praças de comercialização.

Os lotes com vencimento para dezembro/15 em Nova York registraram hoje 124,30 cents/lb com alta de 355 pontos, o março/16 teve 127,35 cents/lb e valorização de 350 pontos. O contrato maio/16 anotou 129,50 cents/lb com avanço de 355 pontos, enquanto o julho/16 encerrou o dia com 131,30 cents/lb e 360 pontos positivos.

De acordo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, as bolsas para o café apresentam um processo de correção diante das informações que podem comprometer a produção brasileira. Recentemente, as regiões produtoras de arábica do Brasil receberam boas floradas.

"As notícias de clima seco e quente em algumas importantes regiões produtoras do Brasil começam a tirar o sono de muitos operadores, uma vez que, tudo o que o negócio café não precisa neste momento é ter que encarar a terceira safra brasileira complicada", afirma Magalhães.

Hoje, o dólar voltou a recuar ante a moeda brasileira, o que também acaba oferecendo suporte às cotações futuras, pois inibe as exportações que estão aquecidas. A moeda estrangeira recuou 1,42%, cotada a R$ 3,9457 na venda.

» Dólar recua 1,42% ante real com emprego nos EUA e cai na semana

No aspecto fundamental, também dá suporte ao mercado a revisão para baixo na safra do Brasil, divulgada na terça-feira pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A instituição brasileira projeta que o país tenha colheita de 42,15 milhões de sacas de 60 kg de café arábica e conilon na safra 2015/16. Para a próxima temporada, estima-se que sejam produzidas 31,3 milhões de sacas.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, o mercado do café deve continuar instável neste mês de outubro e muito atento a questão cambial.

No balanço mensal, os preços futuros do café acumularam queda. O vencimento dezembro em Nova York caiu de US$ 124,30 cents/lb para 121,35 cents/lb. A forte oscilação do câmbio brasileiro e expectativas quanto ao desenvolvimento da safra 2016/17 foram os principais fatores que afetaram a formação das cotações internacionais da commodity.

Clima para os próximos dias

Segundo mapas climáticos da Somar Meteorologia, neste fim de semana, uma frente fria chegará a região Sudeste e deverá provocar precipitações nas áreas de café, inclusive na Zona da Mata Mineira e no Espírito Santo.

Exportações do Brasil

Os embarques de café nos 21 dias úteis do mês de setembro totalizaram 2,919 milhões de sacas de 60 kg, um avanço de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos de receita, houve uma queda de 17,7% ante 2014, para US$ 456,9 milhões.

» Exportações de café totalizam 2,9 mi de sacas de 60 kg em setembro

Mercado interno

As negociações no mercado interno de café são escassas. Há mais negócios entre as cooperativas. Apesar dos cafés de melhor qualidade tocarem o patamar de R$ 500,00 a saca, e os de menor qualidade saírem por pouco menos que isso, impulsionados pelo dólar, os produtores não aparecem no mercado.

Vale lembrar que com a alta da moeda norte-americana também sobe o preço dos insumos, e consequentemente, os custos de produção.

Nesta sexta-feira, o tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 570,00 e valorização de 1,79%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 5,22% e saca cotada a R$ 544,00.

Da sexta-feira passada para esta, a cidade que registrou maior variação foi Varginha (MG) com alta de R$ 10,00 (+1,85%), saindo de R$ 540,00 para R$ 550,00 a saca.

Hoje, o tipo 4/5 registrou maior valor de negociação também em Guaxupé (MG) com R$ 570,00 a saca e valorização de 1,79%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) onde a saca subiu 2%, para R$ 510,00.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Varginha (MG) que tinha na semana passada saca cotada a R$ 495,00, mas subiu R$ 15,00 (+3,03%) e agora vale R$ 510,00.

Nesta sexta, o tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 504,00 a saca e alta de 0,80%. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com valorização de 4,35% e R$ 480,00 a saca.

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 também foi registrada em Varginha (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 490,00 na sexta passada, mas teve valorização de R$ 15,00 (+3,06%), e agora está em R$ 505,00.

Na quinta-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou avanço de 0,64% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 475,93.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam com leve alta nesta sexta-feira. O vencimento novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1566,00 e o janeiro/16 teve US$ 1575,00 por tonelada, ambos com valorização de US$ 10. O contrato março/16 registrou US$ 1585,00 por tonelada e US$ 5 de avanço.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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