Café: Mercado em NY recupera-se de parte das perdas de ontem nesta manhã de 6ª feira
Nesta manhã de sexta-feira (11), os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam em alta após a forte queda registrada na sessão anterior. As fortes chuvas no Brasil que podem beneficiar a produção na próxima temporada e o avanço do dólar ante o real foram os principais fatores de pressão.
Por volta das 09h18, o vencimento dezembro/15 anotava 117,70 cents/lb com 130 pontos de alta, o março/16 tinha 121,25 cents/lb com valorização de 135 pontos. O contrato maio/16 registrava 123,50 cents/lb com avanço de 130 pontos e o julho/16 operava com 125,60 cents/lb também com 130 pontos positivos.
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Veja como fechou o mercado na quinta-feira:
Café: Bolsa de Nova York despenca quase 500 pts nesta 5ª feira com avanço do dólar e chuvas no Brasil
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) despencaram quase 500 pontos nesta quinta-feira (10). Os vencimentos mais próximos perderam o patamar de US$ 1,20 por libra-peso. O forte avanço do dólar ante o real, e no aspecto técnico, as chuvas no cinturão produtivo que podem favorecer a florada para a safra 2016, foram os principais fatores de pressão no dia.
Os lotes com vencimento para dezembro/15 encerraram a sessão com 116,40 cents/lb e queda de 470 pontos, o março/16 teve 119,90 cents/lb com 465 pontos de baixa. O contrato maio/16 fechou o dia com 122,20 cents/lb e o julho/16 anotou 124,30 cents/lb, ambos com desvalorização de 460 pontos.
De acordo com o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, diante das informações recentes que movimentaram o cenário econômico, a perspectiva é que o mercado do café permaneça por alguns dias no lado vermelho da tabela.
"O rebaixamento do grau de investimento do Brasil, ainda que já esperado, movimentou o câmbio e isso pressionou as cotações do arábica na Bolsa de Nova York", afirma Machado. O dólar mais valorizado que o real encoraja as exportações da commodity.
Ontem, no início da noite, a agência de classificação de risco Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil. Com isso, o dólar atingiu quinta-feira R$ 3,91 na máxima do dia, mas depois acabou perdendo a força com mais um anúncio de leilão da moeda estrangeira pelo Banco Central. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 3,8504 na venda, com avanço de 1,34%.
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Ainda de acordo com o analista de mercado, outro fator que também pressionou as cotações em Nova York foi a ocorrência de chuvas consistentes no cinturão produtivo, estas precipitações devem favorecer a florada principal das lavouras, fundamental para a safra 2016. "Há indícios de uma boa florada vindo nos próximos dias com essas chuvas recentes", diz Anilton Machado.
Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que de hoje até o sábado chuvas fortes devem atingir a faixa que vai do norte do Paraná ao sul de Minas Gerais. O instituto aponta precipitações firmes entre a noite desta quinta e no decorrer de sexta-feira, com risco de temporais localizados.
Vale lembrar que os trabalhos de colheita ainda estão sendo concluídos. Portanto, devido a essas condições climáticas o produtor deve ficar atento.
Em uma previsão mais estendida, a Climatempo acredita que ao longo dos próximos sete dias algumas áreas do Sul de Minas Gerais devem receber até 150 mm.
Andamento da colheita
De acordo com levantamento realizado pela Safras & Mercado, a colheita de café da safra brasileira 2015/16 foi indicada em 95% até 08 de setembro. Os trabalhos estão atrasados em relação ao mesmo período do ano passado, quando 99% da safra 2014/15 estava colhida.
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Exportações CeCafé
O mês de agosto apresentou uma receita de US$ 451,686 milhões com as receitas de café, valor 22,2% menor que o registrado em 2014. Em termos de volume, o total exportado foi de 2.831.904 sacas, 8,4% mais baixo que no ano passado. As informações são do Balanço das Exportações divulgado hoje pelo CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Entretanto, a receita cambial nos últimos oito meses (janeiro/2015 a agosto/2015) um incremento de 1,0% em relação ao período anterior, fechando em US$ 4,087 bilhões. Já o volume registrou uma redução de 1,2% na mesma base comparativa. Foram exportadas, no total, 23.421.955 sacas (verde, torrado & moído e solúvel), com destaque para as exportações de conillon, que apresentaram um aumento de 53% no período.
Mercado interno
De acordo com Anilton Machado, as negociações no mercado físico brasileiro continuam escassas. "Ocorrem negócios de oportunidade. Poucos produtores liquidaram suas entregas", afirma.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 540,00 - estável. A maior oscilação ocorreu em Guaxupé (MG) com recuo de 1,87%, para R$ 526,00 a saca.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 526,00 a saca e baixa de 1,87%. Foi a maior variação no dia dentre as praças de comercialização.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com R$ 469,00 a saca e queda de 2,09%. A maior oscilação ocorreu em Araguarí (MG) com desvalorização de 4,17% e R$ 460,00 a saca.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe encerraram com forte desvalorização nesta quinta-feira. O vencimento setembro/15 está cotado a US$ 1584,00 por tonelada com baixa de US$ 11, o novembro/15 teve US$ 1559,00 com e o janeiro/16 anotou US$ 1573,00, ambos com desvalorização de US$ 45.