Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 500 pts nesta 5ª feira e volta ao patamar de US$ 1,40/lb
Nesta quinta-feira (13), as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com forte alta e recuperaram-se das perdas registradas ontem. As incertezas em relação a safra do Brasil voltaram a influenciar os futuros no terminal.
O vencimento setembro/15 registrou 137,05 cents/lb e 520 pontos de alta. O dezembro/15 anotou 140,60 cents/lb e o março/16 fechou o dia com 143,90 cents/lb, ambos com valorização de 535 pontos. O contrato maio/16 teve 145,95 cents/lb e avanço de 525 pontos.
De acordo com o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, o mercado internacional subiu com os operadores fazendo a leitura de dois fatores, a safra do Brasil e as rolagens de posição na BM&F Bovespa.
"Na última semana se falou bastante de uma safra menor no Brasil em função do tamanho dos grãos por conta do impacto da seca e os agentes ficaram mais preocupados com isso. Os fundos tinham muita posição vendida, mas acabaram não fazendo novas mínimas no início da semana mesmo com o real desvalorizando bastante", explica Costa.
As dúvidas em relação ao potencial produtivo do Brasil têm fomentado discussões entre os operadores desde o final da semana passada quando os futuros passaram a repercutir esse importante fundamento após um período bastante focado no câmbio.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta uma safra brasileira de café de 44,2 milhões de sacas de 60 kg para esta temporada, sendo 32,9 milhões referentes à variedade arábica e 11,3 milhões à robusta. Já o IBGE, em estimativa divulgada nesta semana, estima colheita de 44,2 milhões de sacas.
O CNC (Conselho Nacional do Café) acredita em números menos otimistas, 40,3 milhões de sacas de 60 kg, ponto mais baixo da faixa da previsão divulgada pela entidade em março. Isso por uma grande incidência de grãos miúdos na colheita.
Estimativas estrangeiras, como a do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), apontam a safra de café do Brasil próxima de 50 milhões de sacas de 60 kg. Segundo analistas consultados pelo Notícias Agrícolas, a demanda doméstica e externa de café deve totalizar 56 milhões de sacas neste ano.
Estimativa de colheita Safras & Mercado
De acordo com o levantamento semanal da Safras & Mercado, a colheita de café da safra brasileira 2015/16 foi indicada em 79% até 11 de agosto. A colheita está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado, quando 89% da safra 2014/15 estava colhida, e está também atrás da média dos últimos 5 anos, que para este período marca 85%.
Tomando por base a estimativa da Safras para a produção de café do Brasil em 2015/16, de 50,4 milhões de sacas, é apontado que foram colhidas 39,58 milhões de sacas (79%) até 11 de agosto. Houve avanço de 8 pontos percentuais em relação à semana anterior.
» Café: Safras & Mercado estima colheita 2015/16 no Brasil em 79% até 11/08
Mercado interno
No mercado físico nacional os preços tiveram alta ou permaneceram estáveis nesta quinta-feira após registrarem leve queda ontem acompanhando Nova York. Segundo analistas, com a forte subida do dólar nos últimos dias o ritmo de negócios melhorou bastante. Em algumas praças os melhores tipos de café chegaram a ser negociados próximos de R$ 600,00 a saca.
O tipo cereja descascado teve hoje maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 575,00 e alta de 5,50%. Foi a maior oscilação no dia.
O tipo 4/5 também registrou maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 565,00 a saca e valorização de 3,67%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca-SP onde a saca subiu 3,85%, para R$ 540,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Franca-SP com R$ 520,00 a saca e avanço de 4%. A maior variação no dia foi registrada na cidade de Espírito Santo do Pinhal-SP com saca cotada a R$ 500,00 e alta de 8,70%.
Na quarta-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 2,61% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 465,76.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe fecharam em alta nesta quinta-feira. O contrato setembro/15 está cotado a US$ 1705,00 por tonelada e o novembro/15 teve US$ 1721,00, ambos com valorização de US$ 6. O vencimento janeiro/16 anotou US$ 1734,00 por tonelada com US$ 4 de alta.