Café: Bolsa de Nova York cai mais de 500 pts nesta 4ª feira após três pregões consecutivos de alta
Nesta quarta-feira (12), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com queda acima de 500 pontos nos principais vencimentos. O mercado operou praticamente durante todo o dia no campo negativo corrigindo a forte alta registrada nas últimas três sessões em meio a incertezas em relação a safra brasileira.
O vencimento setembro/15 encerrou o pregão com 131,85 cents/lb e baixa de 535 pontos, o dezembro/15 anotou 135,25 cents/lb e o março/16 registrou 138,55 cents/lb, ambos com desvalorização de 510 pontos. O contrato maio/16 teve 140,70 cents/lb com 505 pontos de queda.
Segundo o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, a bolsa norte-americana devolveu parte dos ganhos das últimas sessões em movimento de correção. "O mercado veio com uma alta bastante forte apontando preocupações com a safra que está sendo colhida e atrasada no Brasil. Mas hoje houve realização de lucros e alguns traders também achavam que não havia motivo para tanta valorização assim", afirma o analista.
Na sessão anterior, os principais vencimentos na Bolsa de Nova York tiveram valorização de quase 400 pontos e na segunda-feira de cerca de 600.
Na sexta-feira passada (7), o CNC (Conselho Nacional do Café) ressaltou em seu informativo semanal que a safra 2015 ficará perto de 40,3 milhões de sacas de 60 kg, ponto mais baixo da faixa da previsão divulgada pela entidade em março. Isso por influência de uma grande incidência de grãos miúdos. Já a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta uma safra total de 44,2 milhões de sacas para esta temporada, sendo 32,9 milhões referentes à variedade arábica e 11,3 milhões à robusta.
O IBGE fomentou ainda mais as discussões com relação ao potencial produtivo do Brasil ao atualizar ontem sua estimativa para a safra de café do País. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística elevou sua previsão em 800 mil sacas, para 44,2 milhões de sacas de 60 kg, devido a uma maior produção no Estado de São Paulo.
Mercado interno
As negociações no mercado brasileiro do café arábica estão aquecidas nos últimos dias. Com a elevação do dólar, os preços estão próximos de R$ 600,00 a saca para os melhores tipos. Entretanto, com a queda da Bolsa Nova York hoje e o recuo do dólar, houve uma correção nos preços. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, acumulou alta de 5,9% somente neste início de semana, fechando a R$ 478,23/saca de 60 kg na terça-feira.
De acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços do arábica também são puxados por resultados das lavouras menores que os esperados inicialmente. Conforme levantamentos do Centro, com pouco mais de dois terços da safra colhidos, aumentam os relatos de cafeicultores sobre a elevada quantidade de grãos miúdos, o que pode afetar o volume total.
O tipo cereja descascado teve hoje maior valor de negociação nas cidades de Franca-SP e Poços de Caldas-MG com saca cotada a R$ 550,00, preço estável na primeira e recuo de 3,85% em Poços que teve a maior variação no dia.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 545,00 a saca e desvalorização de 3,54%. Foi a maior oscilação.
O tipo 6 duro teve maior valor nas cidades de Franca-SP e Varginha-MG com R$ 500,00 a saca, desvalorização 1,96% na primeira e preço estável no município mineiro. A maior variação no dia foi registrada na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 487,00 e recuo de 3,94%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na ICE Futures Europe (antiga Liffe) acompanharam a queda de Nova York. O contrato julho/15 está cotado a US$ 1677,00 por tonelada e o setembro/15 teve US$ 1692,00, ambos com desvalorização de US$ 48. O novembro/15 anotou US$ 1710,00 por tonelada com US$ 45 de baixa.