Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 500 pts com informações da safra brasileira e baixa do dólar

Publicado em 10/08/2015 17:38

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registraram forte alta nesta segunda-feira (10). O mercado subiu com os operadores precificando a possibilidade de uma safra de arábica menor no Brasil nesta temporada e o recuo do dólar ante o real.

O contrato setembro/15 registrou 133,50 cents/lb e o dezembro/15 anotou 136,55 cents/lb, ambos com alta de 570 pontos. O vencimento março/16 fechou o dia com 139,90 cents/lb e avanço de 565 pontos, e o maio/16 teve 142,00 cents/lb com valorização de 560 pontos.

De acordo com o analista do Escritório Carvalhaes, Sérgio Carvalhaes, "é praticamente um consenso que a safra atual será menor. No entanto, antes havia uma expectativa de melhora porque ela está atrasada, mas agora percebe-se cada vez mais que a safra ficará mesmo em torno do que a Conab estimou", afirma o analista. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta uma safra total de 44,2 milhões de sacas de 60 kg para esta temporada, sendo 32,9 milhões referentes à variedade arábica e 11,3 milhões à robusta.

Ainda de acordo com o analista, com uma colheita em torno de 44 e 45 milhões de sacas de 60kg para o Brasil, sabe-se que é pouco para suprir a demanda interna e externa, que gira em torno de 56 milhões de sacas, mesmo utilizando os estoques. Com isso, a bolsa norte-americana registrou recompras e conseguiu romper a linha de US$ 1,30 por libra-peso.

Na sexta-feira passada (7), o CNC (Conselho Nacional do Café) ressaltou em seu informativo semanal que a safra 2015 do Brasil ficará perto de 40,3 milhões de sacas, ponto mais baixo da faixa da previsão divulgada pela entidade em março. Isso por influência de uma grande incidência de grãos pequenos. Em levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas nas principais cooperativas do Brasil, o cenário foi confirmado. Em média, são gastos 25% a mais de café para completar uma saca beneficiada de 60 kg do produto.

» Colheita da safra 2015 avança, mas rendimento do café preocupa produtores do Brasil

Ainda de acordo com Sérgio Carvalhaes, a queda do dólar hoje ante o real também acabou dando suporte as cotações em Nova York. Nos últimos dias a moeda norte-americana avançou forte sobre o real. No entanto, nesta segunda-feira recuou 1,86% e fechou cotada a R$ 3,4429 na venda.

Indicador OIC

Foi divulgado nesta segunda-feira (10) pela OIC (Organização Internacional do Café) que o indicador médio da commodity caiu ao menor preço em 18 meses em julho, para 119,77 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 4,2% em relação a junho. É o menor preço desde janeiro de 2014.

» Café: Indicador de preço OIC cai ao menor nível em 18 meses

Mercado interno

No mercado físico nacional, houve aquecimento dos negócios nos últimos dias com o fortalecimento do dólar. No entanto, de acordo com o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, há uma maior procura por café de boa qualidade.

O tipo cereja descascado teve hoje maior valor de negociação  na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 548,00 e alta de 2,81%. A maior oscilação no dia foi registrada na cidade de Poços de Caldas-MG onde a saca avançou 5,24%, para R$ 542,00 a saca.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 548,00 a saca e valorização de 2,81%. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca-SP onde a saca subiu 8,33%, para R$ 520,00.

O tipo 6 duro teve maior valor nas cidades de Franca-SP e Varginha-MG com R$ 500,00 a saca, a primeira com alta de 8,70% e o município mineiro com avanço de 6,38% em relação à sexta-feira. Franca teve a maior variação no dia para o tipo.

Na sexta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta 1,68% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 451,64.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na ICE Futures Europe (antiga Liffe) acompanharam a forte alta de Nova York. O contrato julho/15 está cotado a US$ 1693,00 por tonelada com valorização de US$ 32, o setembro/15 teve US$ 1711,00 por tonelada e avanço de US$ 30 e o novembro/15 anotou US$ 1727,00 por tonelada com US$ 31 de alta.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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