Café: Bolsa de Nova York sobe 200 pts nesta 4ª feira com recompras de fundos
Nesta quarta-feira (29), os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com alta de 200 pontos nos principais contratos com recompras de fundos. Ao que parece, as cotações encontraram sustentação em 120,00 cents por libra-peso após testar preços abaixo desse patamar ontem e na segunda-feira.
O contrato setembro/15 registrou hoje 122,15 cents/lb com alta de 190 pontos. O dezembro/15 anotou 125,25 cents/lb e o março/16 teve 128,75 cents/lb, ambos com valorização de 200 pontos. Já o vencimento maio/16, mais distante, encerrou o dia com 130,90 cents/lb e 195 pontos positivos.
De acordo com o analista de mercado, Gilson Fagundes, a bolsa norte-americana trabalhou hoje com recompras de fundos ante as recentes quedas. "Acredito que as oscilações podem perdurar ainda pelos próximos dias até que um fato novo chame a atenção dos operadores, como a safra atrasada ou a confirmação de uma safra menor que o esperado", diz.
A colheita do café arábica avança nas principais regiões produtoras do Brasil, apesar de estar atrasada em relação aos anos anteriores, mas o clima, no geral, não tem prejudicado os trabalhos no campo.
Entretanto, a qualidade dos frutos preocupa os produtores. Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta, o Presidente do Sindicato Rural de Araguarí-MG, Túlio Rodrigues da Cunha, informou que os grãos na região estão desuniformes e os cafeicultores utilizam mais medidas para fazer uma saca de café beneficiado. Os custos estão mais altos e, em média, produtores gastam em torno de R$ 300,00 para produzir uma saca do grão. Já os preços estão entre R$ 420,00 a R$ 430,00 a saca. A colheita do café por lá chega a 15% e a perspectiva é de quebra.
» Em Araguari (MG), colheita do café arábica chega a 15% e perspectiva é de quebra na safra
As negociações em Nova York, segundo Fagundes, também têm sido influenciadas pela rolagem de posição por parte dos investidores especulativos, que buscam se desfazer de seus contratos.
Nos últimos dias, conforme noticiamos no site, o mercado tem acompanhado bastante a questão cambial diante de ausência de fundamentos. Porém, hoje, o dólar caiu após cinco pregões seguidos de valorização.
A moeda norte-americana recuou 1,18%, a R$ 3,3293 na venda, após acumular avanço de 6,17 por cento nas últimas cinco sessões. Na véspera, no intradia, a moeda chegou à máxima de 3,4353 reais em 12 anos.
Mercado interno
No físico, a valorização do dólar nos últimos dias contribui para a manutenção dos preços em reais para o produtor. Porém, segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a liquidez está aquém das expectativas, contribuindo e muito para a elevação da ansiedade entre os envolvidos.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 501,00 e alta de 1,83%. A variação mais expressiva no dia foi em Poços de Caldas-MG com valorização de 3,76% e saca com R$ 469,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 501,00 a saca e alta de 1,83%. A oscilação mais expressiva no dia foi registrada na cidade de Franca-SP onde a saca avançou 2,27% para R$ 450,00.
O tipo 6 duro também teve maior valor na cidade de Guaxupé-MG com R$ 444,00 a saca e avanço de 2,07%. A maior oscilação no dia foi registrada nas cidades de Araguarí-MG e Franca-SP com alta de 2,33% e saca cotada a R$ 440,00.
Na terça-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou queda de 0,22% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 413,58.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) no campo misto. O contrato julho/15 está cotado a US$ 1758,00 por tonelada com recuo de US$ 3, o setembro/15 teve US$ 1630,00 por tonelada e alta de US$ 3 e o novembro/15 anotou US$ 1658,00 por tonelada com valorização de US$ 13.