Café: Bolsa de Nova York encerra semana com queda após intensa volatilidade; no Brasil, colheita chega a 28%

Publicado em 12/06/2015 17:52

Após a valorização registrada no início da semana, os futuros do café arábica encerraram o pregão de ontem acumulando queda em relação à última sexta-feira. Os movimentos de realização de lucros foram os principais responsáveis por essa tendência. O mercado também tem apresentando intensa volatilidade.

Na sessão de hoje, as cotações na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram oscilação entre alta e baixa em mais 500 pontos, mas acabaram fechando praticamente estáveis. O vencimento julho/15 fechou o pregão com 132,05 cents/lb e 5 pontos de alta. O contrato setembro/15 registrou 134,40 cents/lb, o dezembro/15 anotou 138,00 cents/lb e o março/16 encerrou o dia com 141,45 cents/lb, ambos com queda de 5 pontos.

Segundo o analista da Origem Corretora, Anilton Machado, a bolsa nesta semana está carente de novidades fundamentais. "O mercado está muito técnico, no pregão de anteontem houve a tentativa de subida para os 140,00 cents/lb sem êxito, daí ele tentou buscar um nível de baixa em 130,00. Hoje ele chegou na mínima em 130,60 e não teve forças pra romper e acabou fechando inalterado", explica.

Ainda de acordo com Machado, o mercado deve continuar lateralizado até que alguma questão fundamental se sobressaia, como o fluxo da colheita, alguma informação climática ou o câmbio.

Nesta semana divulgações importantes foram realizadas no mercado, mas a Bolsa de Nova York, ainda assim, não gerou as repercutiu. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé) divulgou que as vendas externas do País apresentaram retração em maio, embora nos últimos 12 meses o volume tenha sido recorde.

No mês passado, foram embarcadas 2.783.972 sacas de café verde e industrializado, representando queda de 7,7% em relação a maio de 2014. A receita cambial auferida no último mês reduziu-se em 17,4% em relação ao quinto mês do ano passado, resultando em US$ 460,817 milhões. No acumulado de junho/2014 a maio/2015, o Brasil exportou 36.697.386 sacas, correspondentes a uma receita de US$ 6,960 bilhões, com incrementos de, respectivamente, 9,42% e 34,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Também em relação ao mercado mundial, a Organização Internacional do Café divulgou em seu relatório de mercado referente a maio que o ano safra 2014/15 terminará com déficit significativo de pelo menos 8 milhões de sacas. A OIC também afirma que é muito cedo para uma estimativa mais completa para o balanço entre a oferta e a demanda de café para a temporada 2015/16.

Mercado interno

O cenário do mercado físico nesta sexta-feira continua igual ao que noticiamos durante toda a semana, os negócios são lentos. Apesar da colheita ter iniciado nas regiões produtoras, o café não aparece na mesma intensidade nas praças de comercialização.

Ontem a Safras & Mercado divulgou que a colheita de café da safra brasileira 2015/16 chegou a 28% até 09 de junho e está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2014/15, 32% da safra estava colhida. Mas ela está avançada contra a média dos últimos 5 anos, que para este período marca 26%.

O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 502,00 - estável. A variação mais expressiva dentre as praças de comercialização foi em Poços de Caldas-MG com alta de 4,06% e saca a R$ 487,00. (Veja a variação semanal para o tipo no gráfico abaixo):

O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 502,00 a saca - estável. A oscilação mais expressiva no dia foi na cidade de Poços de Caldas-MG com alta de 2,30% e saca cotada a R$ 445,00. (Veja a variação semanal para o tipo no gráfico abaixo):

O tipo 6 duro teve maior valor na cidade de Franca-SP com R$ 480,00 - estável. A maior oscilação no dia foi registrada na cidade de Patrocínio-MG onde a saca recuou 3,41%, para R$ 425,00. (Veja a variação semanal para o tipo no gráfico abaixo):

Na quinta-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 2,84% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 422,78.

» Clique e veja as cotações completas de café

Tags:

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Café: Safra é mais rápida, mas rendimento no Brasil preocupa e cotações avançam
Sebrae Minas, Senai e Expocacer assinam parceria que beneficiará cafeicultores do Cerrado Mineiro
Confirmando volatilidade esperada, bolsas voltam a subir e arábica avança para 240 cents/lbp
Região do Cerrado Mineiro lança campanha inédita para proteger origem autêntica de seu café
Com safra andando bem no Brasil, café abre semana com estabilidade
Café tem semana de ajustes nos preços e pressão da safra brasileira derrubando preços