Café arábica sobe quase 400 pontos e volta ao patamar de US$ 1,30/lb em NY; No Brasil, colheita da safra 2015/16 segue lenta
Nesta segunda-feira (1º de junho), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com alta expressiva. O mercado apresenta correções técnicas após chegar nos níveis mais fracos em quase 16 meses, pressionado pelas estimativas otimistas em relação à produção do Brasil.
O vencimento julho/15 fechou o pregão com 129,80 cents/lb e alta de 365 pontos, o setembro/15 registrou 132,05 cents/lb e 345 pontos de avanço, o dezembro/15 anotou 135,65 cents/lb e 335 pontos positivos. Já o vencimento março/16 encerrou o dia com 139,20 cents/lb e valorização de 330 pontos.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a semana começa de forma forte e com boa presença de operadores no âmbito das bolsas internacionais.
"Os terminais de Nova York e Londres tiveram uma performance bem interessante, já que recompras fortes foram vistas, em alinhamento, ao cenário climático no Brasil e seus possíveis desdobramentos na safra produtiva que estamos em processo de colheita", explica.
Conforme noticiamos no final da semana passada, mapas climáticos da Climatempo mostram um sistema de baixa pressão atmosférica que já está posicionado no Sul do Brasil e resultará em chuvas na região Sudeste nos próximos 15 dias, principalmente sobre o Estado de São Paulo e no Centro-Sul e Cerrado de Minas Gerais.
Em algumas regiões do cinturão produtivo a chuva, inclusive, já começou e fica a preocupação dos produtores com relação à colheita brasileira.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas na manhã desta segunda, o produtor rural de Nova Resende-MG, Alexandre Maroti, informou que na região os cafeicultores ainda não iniciaram a colheita do café, já que o grão continua verde. Os trabalhos devem começar nos próximos 20 dias. Ele também ressaltou que a previsão de chuvas em junho e julho preocupa mesmo os cafeicultores.
"As previsões climáticas indicando chuvas nos meses de junho e julho são uma preocupação dos cafeicultores. Isso porque, as precipitações comprometem a bebida do café, mas também derrubam muitos grãos no chão", afirma.
Já em Patrocínio-MG, a colheita do café já começou, mas chega apenas a 5% das lavouras em função da desuniformidade dos grãos. A previsão do final da colheita é para o início do mês de setembro.
Diante desse cenário, a estimativa de perda na região gira em torno de 10% a 12%. "Às vezes temos que fazer duas operações para colher o café devido à desuniformidade. Fazendo a colheita seletiva, tirando o café seco - aquele que já está vermelho - então o que fica no pé tem que fazer novamente a operação, aumentando o custo da colheita. Tradicionalmente o cafeicultor passa uma única vez essa máquina e não duas. São casos pontuais, mas que vão refletir nos preços", explica.
Mercado interno
Os negócios nas praças de comercialização pelo Brasil são escassos. Esse ritmo arrastado foi registrado praticamente durante todo o mês de maio com o vendedor se afastando dos negócios por conta do cenário desfavorável na bolsa.
As preocupações com o clima e os preparativos para a colheita da safra 2015/16 também acabam contribuindo para esse cenário.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 502,00 e valorização de 2,45%. A variação mais expressiva ocorreu em Poços de Caldas-MG com R$ 482,00 a saca e avanço de 3,21%.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 502,00 a saca e alta de 2,45%. A oscilação mais expressiva no dia foi na cidade de Poços de Caldas-MG com alta de 3,49% e saca cotada a R$ 445,00.
O tipo 6 duro teve maior valor nas cidades de Araguarí-MG e Franca-SP, ambas com R$ 450,00 a saca e valorização de 2,27%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas-MG com alta de 3,61% e saca valendo R$ 430,00.
Na sexta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,30% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 411,05.