Café: NY avança 100 pts com cobertura de posições vendidas e chuvas que podem atrapalhar a colheita no Brasil
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com alta nesta sexta-feira (29), aspectos técnicos elevaram os patamares do mercado externo. Enquanto isso, no Brasil poucos negócios são concretizados e os preços estão praticamente estáveis.
Essa é a terceira sessão consecutiva de valorização no terminal norte-americano após consecutivas baixas. Na semana passada, o mercado chegou a registrar queda de mais de 700 pontos. Na terça-feira (26), inclusive, se aproximou do patamar de US$ 1,20 por libra-peso.
Hoje, o vencimento julho/15 fechou o pregão com 126,15 cents/lb e alta de 100 pontos, o setembro/15 registrou 128,60 cents/lb e 80 pontos de avanço, o dezembro/15 anotou 132,30 cents/lb e 70 pontos positivos. Já o vencimento março/16 encerrou o dia com 135,90 cents/lb e valorização de 75 pontos.
Segundo o analista de mercado João Santaella, a cobertura de posições vendidas de fundos e especuladores determinou a movimentação positiva no pregão desta sexta-feira em Nova York. "Além de fatores técnicos, o mercado também ganhou sustentação com indicações de um inverno chuvoso em parte do cinturão produtivo do Brasil", afirma. Essas condições climáticas adversas poderiam atrapalhar a colheita e prejudicar a qualidade dos grãos.
Apesar da valorização dos futuros hoje, o mercado fecha a semana em queda após atingir os níveis mais baixos desde janeiro de 2014. Pesou negativamente a valorização do dólar e a multiplicidade de estimativas de safra. Até o momento, a baixa é de cerca de 9% neste mês de maio, mas no acumulado do ano a perda é maior e alcança 27%.
Em relação à colheita brasileira, as chuvas têm atrapalhado os trabalhos e a secagem dos grãos em algumas áreas do cinturão produtor. Segundo a Climatempo, um sistema de baixa pressão atmosférica que já está posicionado no Sul do Brasil resultará em chuvas na região Sudeste nos próximos 15 dias, principalmente sobre o Estado de São Paulo e no Centro-Sul e no Cerrado de Minas Gerais. Os agentes, segundo agências de notcías, também estão atentos a isso.
Mercado interno
No Brasil, poucos negócios são realizados. Segundo alguns analistas a sensação é de entresafra. Esse ritmo arrastado foi registrado praticamente durante todo o mês de maio com o vendedor se afastando dos negócios por conta do cenário desfavorável na bolsa.
Hoje, os principais tipos registraram preços estáveis ou leve alta. O cereja descascado teve maior valor de negociação nas cidades de Espírito Santo do Pinhal-SP e Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 490,00, alta de 0,62% no município mineiro e preço estável no de São Paulo.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 490,00 a saca e alta de 0,62%. A oscilação mais expressiva no dia foi na cidade de Franca-SP com alta de 2,27% e saca cotada a R$ 450,00.
O tipo 6 duro teve maior valor nas cidade de Araguarí-MG e Franca-SP com R$ 440,00 a saca, preço estável na primeira e 2,33% na segunda que registrou a maior oscilação no dia.
Na quinta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,33% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 409,83.