Café: Bolsa de Nova York tem perdas acentuadas nesta 3ª feira com realização de lucros
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com forte queda nesta terça-feira (19) em realização de lucros após a valorização de quase 500 pontos na sessão anterior e que levou as cotações aos patamares mais elevados desde 22 de abril.
O contrato julho/15 encerrou o pregão com 139,85 cents/lb e o setembro/15 registrou 142,35 cents/lb, ambos com 330 pontos de baixa. O dezembro/15 teve 145,85 cents/lb e desvalorização de 325 pontos. Já o vencimento março/2016 fechou o dia com 149,40 cents/lb e 320 pontos negativos.
"A cotação para vencimento julho variou de 138,20 cents (- 495 pontos) a 143,85 cents (+ 70 pontos), fechando a 139,85 com 330 pontos de baixa. Após a boa alta verificada ontem, as cotações não conseguiram dar sequencia ao movimento. Vendas de realização de lucros e ajutes técnicos pressionaram as cotações", explica o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
Na sessão anterior, os futuros do café arábica fecharam acima de US$ 1,40/lb com correção técnica frente as perdas anteriores e a apreensão com relação a safra do Brasil nesta temporada. O mercado teve até o final da primeira quinzena de maio uma queda de cerca de 17%.
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a colheita no Brasil avança, mas sem grande ritmo nas principais regiões produtoras, indicando que os próximos dias ainda deverão ser marcados por grande ansiedade. A ocorrência de chuvas neste período também já começam a preocupar os cafeicultores.
Em reportagem publicada nesta terça-feira, a agência de notícias Reuters informou que a colheita na Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, situada no Sul de Minas Gerais, já começou. No entanto, o volume colhido neste ano deverá ficar praticamente estável na comparação com a fraca temporada de 2014, atingida por uma seca histórica.
O presidente da instituição Carlos Paulino da Costa durante entrevista no fórum Coffee & Dinner que acontece em São Paulo, estimou a colheita dos cooperados em 4,6 milhões de sacas de 60 kg, enquanto o volume colhido na região de abrangência da cooperativa foi visto em cerca de 9 milhões de sacas, ou cerca de 20 por cento da produção do Brasil, o maior produtor e exportador global.
Vale lembrar que na semana passada três estimativas para a safra do Brasil foram divulgadas, a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (42,4 milhões de sacas), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) (52,4 milhões de sacas) e a da Safras & Mercado (50,4 milhões de sacas). No entanto, elas trouxeram números que o mercado já esperava.
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Leilão Conab
Nesta próxima quarta-feira (20), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizará outras duas operações de leilão de venda de café. Os leilões estão descritos nos Avisos 064 e 067 e irão oferecer, respectivamente, 193 t (Espírito Santo) e 2,2 mil t (Bahia, Goiás e Minas Gerais) do produto. O café é em grãos, ensacado.
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Mercado interno
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 519,00 e queda de 1,52%. A maior variação no dia foi na cidade de Franca-SP com queda de 4,08%.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 519,00 e desvalorização de 1,52%. A oscilação mais expressiva foi em Franca-SP com recuo de 2,13% e saca cotada a R$ 460,00.
O tipo 6 duro teve maior valor na cidade de Araguarí-MG com R$ 480,00 a saca e alta de 2,13%. A maior oscilação no dia foi ocorreu em Franca-SP com baixa de 2,17% e saca valendo R$ 450,00.
Na segunda-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 1,81% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 436,32.