Café: Otimismo dos agentes com safra do Brasil faz cotações do arábica cair novamente nesta 4ª feira em NY
As cotações do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam esta quarta-feira (6) com preços mais baixos em relação à sessão anterior. Ontem, o mercado reagiu diante de fatores técnicos após três quedas consecutivas. No entanto, não teve a mesma força hoje para manter a trajetória positiva diante de informações otimistas sobre a safra de café do Brasil e fatores técnicos.
O contrato maio/15 encerrou a sessão com 128,05 cents/lb com baixa de 450 pontos, o julho/15 registrou 129,95 cents/lb com desvalorização de 370 pontos. O vencimento setembro/15 teve 132,75 cents/lb com recuo de 360 pontos e o dezembro/15 fechou o dia com 136,65 cents/lb e 360 pontos negativos.
Para o analista de mercado João Santaella, o mercado voltou a cair nesta quarta diante de um maior otimismo por parte dos agentes com a safra brasileira de café que já começou a ser colhida em algumas regiões produtoras. Fatores técnicos também contribuíram para as perdas, com vendas de fundos e especuladores que levaram os preços a fechar abaixo de US$ 1,30 a libra-peso no julho, o contrato mais negociado no momento.
Vale lembrar que na segunda-feira a Volcafe divulgou em seu mais recente relatório que a estimativa de produção para a safra de café do Brasil em 2015/16 é de 51,9 milhões de sacas de 60 kg. A divisão de café da trading ED&F Man citou que chuvas em fevereiro e março melhoraram as condições das lavouras do País.
"Quero conhecer os agronômos e os cafeicultores que a Volcafe entrevistou, pois continuo acreditando que a safra de café do Brasil será entre 43 e 46 milhões de sacas", pondera Santaella.
Segundo agências internacionais, informações sobre a produção de café na Colômbia também pressionaram o mercado. A produção do País chegou a 924 mil sacas de café em abril, 11,5% a mais da produção de março ( 800 mil sacas ) e 11% mais do que a produção em abril do ano passado, a Federação Nacional de Cafeicultores.
Leilão Conab
A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) realizará mais dois leilões de venda de café na próxima quarta-feira (13). Juntos, os leilões oferecem 1,1 mil toneladas do produto em grãos, ensacado.
As vendas realizadas pela Conab são feitas pelo peso bruto, não sendo aceitos descontos de peso referentes à embalagem do produto. O produto poderá ser vistoriado dentro do armazém mas não é permitida retirada de amostra.
Podem participar do leilão on-line os interessados que estejam devidamente cadastrados perante a Bolsa por meio da qual pretendam realizar a operação, e que estejam em situação regular no Sistema de Registro e Controle de Inadimplentes da Conab – SIRCOI. O preço de venda será divulgado com antecedência de até dois dias úteis da data de realização da operação, em R$/kg e com ICMS excluso.
» Novos leilões de venda de café acontecem na próxima quarta (13)
Mercado interno
No Brasil, a paradeira é grande independente de dólar ou bolsa. "O setor produtivo que sabiamente entrou a safra bem vendido, pode agora com tranquilidade observar a melancolia do mercado sem indicar pressão vendedora", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 500,00 e queda de 0,99%. A variação mais expressiva ocorreu em Poços de Caldas-MG com queda de 1,07% e saca cotada a R$ 464,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 500,00 a saca e baixa de 0,99%. A maior oscilação ocorreu em Franca-SP onde a saca recuou 5,38% para R$ 440,00.
O tipo 6 duro teve maior valor em Araguarí-MG com R$ 470,00 - estável. A maior variação foi em Franca-SP que teve baixa de 4,44% e tem saca valendo R$ 430,00.
Na terça-feira (5), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,59% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 432,85.