Café: Mercado em NY vira no final da sessão com realização de lucros e encerra 5ª feira próximo de US$ 1,30/lb
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em baixa nesta quinta-feira (30). A sessão foi marcada por intensa volatilidade com os futuros oscilando nos dois campos. O mercado, inclusive, chegou a registrar forte alta pela manhã e durante quase toda a tarde.
O vencimento maio/15 encerrou o dia com 136,55 cents/lb com 180 pontos de baixa, o julho/15 registrou 137,45 cents/lb com 155 pontos negativos, o setembro/15 anotou 140,15 cents/lb com desvalorização de 165 pontos. Já o dezembro/15 fechou o pregão com 144,05 cents/lb e queda de 160 pontos.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, apesar da intensa volatilidade, o fechamento do mercado pode ser considerado tranquilo e com oscilações construtivas.
"Logo na abertura dos trabalhos houve uma certa pressão corretiva nos preços vigentes e desta forma, uma boa alta acabou ficando evidente tanto em Nova York quanto em Londres. No final das operações, principalmente em Nova York, os níveis já estavam longe das máximas testadas indicando que houve dentro do próprio pregão, realizações de lucros", explica o analista.
Ainda de acordo com Magalhães, os investidores estão na defensiva a espera de uma maior claridade mercadológica ante a safra cafeeira que está por chegar.
Vale lembrar que amanhã, no Brasil, em virtude do feriado de Dia do Trabalho, as praças de comercialização não funcionam, assim como a BM&FBovespa. No entanto, em Nova York o expediente será normal.
Informações de agências internacionais também dão conta que as incertezas com relação a safra 2015/16 de café do Brasil que logo começa a ser colhida nas principais regiões produtoras contribui para a volatilidade presenciada no mercado. Para se ter ideia, os futuros do arábica acumulam perdas de 1,5% em abril, até ontem. No acumulado anual, a desvalorização é de cerca de 19,7%.
Estimativas privadas divulgadas recentemente e reportadas pelo Notícias Agrícolas dão conta que a safra atual de café do País deve ficar entre 49 e 50,3 milhões de sacas de 60 kg. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por sua vez, em sua estimativa mais recente projeta uma produção entre 44,1 e 46,6 milhões de sacas. Os cafeicultores acreditam em colheita de no máximo 45 milhões de sacas devido as intempéries climáticas de 2014.
O Conselho Nacional do Café (CNC) se posicionou sobre as incertezas na safra do Brasil em seu balanço semanal, divulgado hoje. "Esta semana, novas e infundadas especulações a respeito do tamanho da safra brasileira voltaram a emergir, com empresas que sequer possuem representatividade no território brasileiro superestimando os números e os jogando ao vento, com a intenção única e explícita de tentarem depreciar os já apertados preços pagos aos produtores de café no mundo".
"Infelizmente, não há como combatermos tais especulações, haja vista que o mercado também vive de boatos. Entretanto, o CNC, na condição de representante do setor produtor, alerta a esses players que não confiem em suas próprias estimativas, pois poderão se deparar com um cenário de oferta apertada, pois temos convicção que o Brasil não produzirá além do estimado pela Fundação Procafé, que apontou nossa colheita máxima em 43,3 milhões de sacas", diz o informativo.
Mercado interno
No Brasil, as negociações continuam fracas e a paradeira foi grande, ainda mais, nesta semana mais curta. "A conjugação de fatores como preços ruins, véspera de feriado e pouca oferta disponível no interior, tem feito com que os dias passem sem emoções, adrenalina por fim, negócios", afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 505,00 e alta de 2,02%. A maior variação no dia foi em Varginha-MG que teve baixa de 2,04% e a saca está cotada a R$ 480,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 505,00 a saca e alta de 2,02%. A maior oscilação ocorreu em Varginha-MG onde a saca recuou 3,16% para R$ 445,00.
O tipo 6 duro teve maior valor em Araguarí-MG com R$ 470,00 a saca - estável. A maior variação foi registrada em Varginha-MG onde a saca está cotada a R$ 440,00 e teve queda de 3,30%.
Na quarta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,04% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 426,49.