Café Arábica fecha com forte alta nesta 5ª feira em Nova York com suporte do dólar e relatório da GCA

Publicado em 16/04/2015 18:05

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram esta quinta-feira (16) com forte alta e estenderam os ganhos do pregão anterior. Essa foi a terceira sessão consecutiva de valorização dos futuros no terminal norte-americano.

O vencimento maio/15 fechou o pregão com 139,60 cents/lb e avanço de 380 pontos, o julho/15 anotou 141,50 cents/lb com alta de 415 pontos, o setembro/15 teve 144,05 cents/lb com valorização de 405 pontos e o dezembro/15 registrou 147,65 cents/lb com 395 pontos positivos.

De acordo com o analista de mercado João Santaella, as cotações do arábica subiram forte com a somatória de dois fatores, a queda do dólar ante o real e também devido aos números dos estoques de café dos Estados Unidos, divulgado pela  Green Coffee Association (GCA) ontem e que caíram mais uma vez.

Ainda para Santaella, na sessão de hoje os preços conseguiram romper uma barreira psicológica, a de 140,00 cents/lb no julho/15, deixando para trás o suporte na região de 134,00 e 135,00 cents/lb. "Acima de 140,00 acredito que o mercado busca a resistência de 150,00 cents/lb", afirma o analista.

O dólar fechou o dia com a terceira desvalorização, de 0,58%, cotado a R$ 3,0167 na venda. Quando a moeda estrangeira está mais valorizada ante o real, diferente de hoje, há maior competitividade nas exportações.

A GCA, informou ontem que os estoques de café verde (em grão) de março dos Estados Unidos caíram 116.443 sacas de 60 kg, totalizando 5.035.109 sacas no mês. Em fevereiro o volume foi de 5.151.552 sacas. Essa é a terceira queda consecutiva nos estoques do país que é um dos principais consumidores de café.

Agências internacionais também informaram no dia de hoje que apesar da valorização pela terceira sessão seguida, ainda permeiam fatores baixistas entre os operadores em Nova York que limitam altas ainda mais expressivas, como as estimativas de safra que incrementaram os números da colheita de café nesta temporada.

A Wolthers Douque, com sede na Flórida, por exemplo, estimou na semana passada que a safra 2015/16 de café seja de 45,6 milhões de sacas de 60 kg, ante as 44,21 milhões de sacas na temporada anterior.

Enquanto instituições privadas elevam as expectativas da colheita neste ano devido 'as boas condições das lavouras'. Em algumas localidades do Brasil a realidade é diferente. 

Em entrevista ao Notícias Agrícolas na manhã desta quinta-feira, o presidente do Sindicato Rural de Nova Resende, Ronaldo Ferreira Cardoso, informou que na região a produção de café deve ser menor que a do ano passado nesta safra devido ao clima irregular em 2014 e início deste ano. Os Ramos das plantas não cresceram o necessário e a florada, registrada entre os meses de setembro e outubro não registrou 'pegamento' homogêneo. Por lá, com a recente valorização do dólar, os preços da saca reagiram e giram em torno de R$ 450,00 a R$ 460,00 na localidade.

Vale lembrar que a Fundação Procafé em conjunto com o Conselho Nacional do Café (CNC) estimam produção entre 40,3 milhões e 43,25 milhões de sacas de 60 kg. Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima safra brasileira entre 44,11 milhões e 46,61 milhões de sacas de 60 kg nesta temporada.

Previsão do tempo

Após as chuvas recentes no cinturão produtivo, para os próximos dias é prevista uma mudança no padrão climático. 

Segundo mapas climáticos da Somar Mateorologia, os próximos dias no Sudeste devem ser marcados por pancadas de chuvas irregulares e com volumes pouco significativos. No Sul do País, uma frente fria é prevista, mas não deve ter força para chegar no cinturão produtivo da Região.

Mercado interno

Segundo informações do Cepea, a oscilação de preço tem limitado fechamento de contratos da safra 2015/16. Em certas praças, observam-se fechamentos de alguns contratos para entrega do café em setembro/15 e outubro/15; já em outras, praticamente não há negócios.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Poços de Caldas-MG com R$ 516,00 a saca e avanço de 1,98%. A maior Variação no dia foi na cidade de Varginha-MG onde a saca recuou 2,04% e está valendo R$ 480,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 520,00 a saca - estável. A variação mais expressiva no dia dentre as praças de comercialização foi na cidade de Poços de Caldas-MG onde a saca está cotada a R$ 487,00 e teve alta de 4,73%.

O tipo 6 duro teve maior valor em Franca-SP com R$ 490,00 a saca e alta de 2,08%. A oscilação mais expressiva no dia foi em Poços de Caldas-MG com alta de 3,74% e saca valendo R$ 471,00.

Na quarta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,74% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 445,87.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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