Café: Arábica fecha com forte baixa em NY nesta 4ª feira com realização de lucros; embarques em março batem recorde, diz CeCafé

Publicado em 08/04/2015 18:17

Nesta quarta-feira (8), as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com forte queda e estenderam as perdas iniciadas ontem no mercado após consecutivas altas. Pela manhã, os futuros esboçavam ligeira reação diante das perdas da sessão anterior. No entanto, não tiveram força suficiente.

O maio/15 encerrou o pregão com 135,70 cents/lb e recuo de 625 pontos, o julho/15 anotou 138,75 cents/lb com 610 pontos de baixa, o setembro/15 teve 141,65 cents/lb com 600 pontos de desvalorização. O vencimento dezembro/15, mais distante fechou mais alto, com 145,55 cents/lb e 595 pontos negativos.

Segundo o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, os preços recuaram no terminal norte-americano com ajustes técnicos, assim como aconteceu na sessão de ontem. "Nos fundamentos não houve nenhuma notícia que desse uma razão para essa baixa, foi uma realização de lucros. E também como o dólar caiu em relação ao real foi um dia bastante parado aqui no Brasil", explica o analista.

A moeda norte-americana encerrou esta quarta com baixa de 2,48%, vendida a R$ 3,0563, na menor cotação desde o dia 6 de março.

Informações de agências internacionais informam que segundo traders, o mercado tecnicamente "vacilou" ao não conseguir se manter nos patamares atingidos na segunda-feira e demonstraram fraqueza técnica.

Na sessão de ontem, segundo traders e analistas, o recuo nas cotações representaram um movimento natural de ajuste técnico após a forte valorização dos últimos pregões no terminal norte-americano.

Exportações CeCafé

Uma informação que chamou a atenção do mercado hoje foi a divulgação do Balanço das Exportações do CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), a receita cambial com as exportações de café do Brasil registrou no terceiro mês deste ano um incremento de 24,1% em relação a março de 2014, fechando em US$ 552,295 milhões. Já o volume apresentou alta de 9,5% na mesma base comparativa. Foram embarcadas 3.046.656 sacas (verde, torrado & moído e solúvel), recorde histórico para o mês.

No que diz respeito ao ano-safra, o Brasil comercializou 27.675.515 sacas de café entre julho de 2014 e março de 2015, quantidade 10,5% superior à contabilizada no mesmo período da safra anterior. A receita apontada foi de US$ 1,692.975 bilhão.

Para Carvalhaes, o número impressiona uma vez que o país esteve e pode estar novamente em meio a uma quebra de safra. "A divulgaçãao impressionou bastante, mas quando os números foram divulgados a bolsa já tinha sido fechada, então isso não deve ter influenciado nas cotações", diz.

Ainda segundo o analista, mesmo que caiam os embarques nos próxmos meses para fechar o ano-safra, o Brasil fechará o período com bons volumes exportados mesmo com as condições adversas relatadas por cafeicultores. "Nós ouvimos que os armazéns estão secando, mas temos embarques recordes, isso deixa os operadores lá fora em dúvida", explica.

Mercado interno

A paradeira nas negociações pelas praças de comercialização é grande. O setor produtivo apenas acompanha o desenrolar do mercado mas não aparece ofertando suas colheitas.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 523,00 a saca, mesmo com queda de 7,10%. A variação mais expressiva no dia.

O tipo 4/5 também teve maior valor em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 511,00 e baixa de 7,26%. Também a mais expressiva dentre as praças.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Franca-SP com saca cotada a R$ 490,00 - estável. A variação mais expressiva no dia foi registrada em Guaxupé-MG com baixa de 8,03% e saca cotada a R$ 458,00.

Na terça-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 1,88% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 461,30.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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