Café: Lavouras da Alta Mogiana Paulista começam a registrar perdas para safra 2016/17
Em reportagem publicada na quarta-feira (18), o Valor Econômico trouxe informações sobre as lavouras de café no tradicional polo da Alta Mogiana Paulista. De acordo com informações do jornal, as lavouras de café de Altinópolis à primeira vista parecem saudáveis. No entanto, em um olhar mais rigoroso percebe-se que os ramos estão pequenos e as folhas queimadas -- resultado da seca de 2014 e janeiro deste ano --.
Com isso, o potencial produtivo desta temporada nas cidades da Cooparaiso será de 10% a 15% menor que o previsto em dezembro e a próxima safra também já começa a ser comprometida e mesmo que as chuvas se regularizem nos próximos dias já não é mais possível reverter a situação.
As altas temperaturas e o baixo volume de chuvas afetam os cafezais desde o ano passado quando a safra também foi prejudicada. Com o passar dos anos e a manutenção de condições desfavoráveis para o desenvovimento dos frutos, as lavouras de café ficam ainda mais debilitadas.
Uma safra menor de café no Brasil nesta temporada já é certa para envolvidos na área. E para 2016/17, também estima-se perdas na região da Alta Mogiana Paulista por conta do menor crescimento das plantas e de distúrbios fisiológicos, informa o jornal.
Ainda de acordo com a matéria de Carine Ferreira, diversas outras cidades produtoras de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo também enfrentam o problema em níveis específicos.
Segundo o entrevistado da reportagem, o engenheiro agronômo, Emerson Tinoco, coordenador do departamento técnico da Cooparaiso, a seca no ano passado na cidade de São Sebastião do Paraíso, no sudoeste mineiro, não foi tão intensa quanto no sul do Estado, por exemplo, e as chuvas neste ano estão até um pouco mais volumosas que em 2014. Em janeiro, a média das precipitações foi de 79 milímetros, ante 58,6 mm do mesmo mês de 2014 e os 348,1 mm de janeiro de 2013.
Não bastasse a falta de chuvas, o cinturão produtivo de café ainda tem de lidar com as altas temperaturas -- maior problema -- nas lavoutas convencionais e até mesmo nas irrigadas. Tinoco afirmou ao jornal que acima de 32 graus Celsius os cafés têm seu metabolismo afetado. No dia 15 de outubro de 2014, a temperatura chegou a impressionantes 35,4 graus.
Com isso, as lavouras apresentam menos ramos que o desejado para essa época do ano. O ideal seria de oito a 12 internódios, mas a maioria dos cafezais apresenta entre quatro e oito. Grãos chochos também são encontrados, mas a situação não é tão grave como em 2014. Mas agora, algumas pragas voltaram à região.
Em decorrência de todos esses fatores, segundo a matéria, a colheita na região de abrangência da Cooparaíso deverá ser entre 10% e 15% menor que o volume previsto em dezembro - 2,6 milhões de sacas ante 3,1 milhões em 2014/15. A cooperativa mineira tem atualmente em seu quadro 5,9 mil cooperados em 37 municípios do sul e sudoeste de Minas Gerais e da Alta Mogiana Paulista.
Com informações do jornal Valor Econômico.