Café: Cotações sobem 500 pts em NY nesta 5ª feira; condição das lavouras preocupa MAPA

Publicado em 12/02/2015 17:13

A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica fechou em alta nesta quinta-feira (12), após fechamento quase neutro na sessão anterior. Os preços ficaram durante todo o dia no campo positivo e com curtas oscilações.

O contrato março/15 registrou 164,55 cents/lb com alta de 510 pontos, o maio/15 anotou 167,45 cents/lb com avanço de 515 pontos, o vencimento julho/15 fechou a sessão com 170,05 cents/lb e valorização de 520 pontos e o setembro/15 registrou 172,45 cents/lb com 510 pontos positivos.

De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os investidores ajustaram nesta quinta suas posições em aberto a fim de acomodar melhor suas apostas no atual cenário mercadológico. Agências internacionais informam ainda que a preocupação dos operadores com o clima também sustentou as cotações, institutos de meteorologia indicam a volta do clima seco para o cinturão produtivo nos próximos dias.

As cotações do café arábica oscilaram muito nesta semana com diversas informações e especulações sobre clima, produção nesta temporada e fatores econômicos. Com isso, de acordo com o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o futuro do mercado é incerto. “Acredito que com a situação econômica e política no Brasil fica difícil saber como ficarão os preços do café, os operadores precificam muito as questões a curto prazo, e isso para nós do mercado interno é complicado”, afirma.

De acordo com informações da Agência Brasil, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, descartou ontem (11) o risco de desabastecimento ou inflação de alimentos por causa da falta d’água que afeta o país. No entanto, salientou que o café é um dos produtos que mais preocupa o Ministério da Agricultura visto que cerca de 90,98% dos municípios produtores estão com umidade do solo abaixo da média histórica.

“O café está em fase de enchimento do grão e as chuvas de agora são decisivas”, explicou a ministra da Agricultura. “Café nos preocupa, estamos torcendo pelas chuvas de agora”, frisou.

Segundo dados do primeiro levantamento da safra 2015 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) , o Brasil deve ter produção de café estimada em 45,3 milhões de sacas e produtividade de 23,4 sacas por hectare em 2015.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seu Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de janeiro divulgado nesta quinta-feira (12), apontou que a safra de café em 2015 deve ter seu terceiro ano consecutivo de queda na produção, mas com 43,9 milhões de sacas de 60 kg colhidas, uma redução de 2,7% em relação a 2014. Com arábica em 32,2 milhões de sacas e o robusta com 11,7 milhões de sacas.

Para Eduardo Carvalhaes, a divulgação do Instituto não mexeu com o mercado mesmo indicando queda de quase 3% na produção brasileira na safra atual. “O mercado não reflete muito as estimativas do IBGE, eles precificam mais a Conab. No entanto, sabemos que a safra brasileira será menor e os estoques também vem caindo, tudo isso deixa o mercado físico mais comprador”.

» Veja a notícia com a projeção do IBGE

» Veja a notícia com a projeção da Conab

Mercado interno

No mercado físico, em um importante país produtor como o Brasil sempre acontecem negócios. No entanto, o ritmo é lento. Com este cenário, a dica de Carvalhaes para o produtor é vender o café nas horas de alta.

O tipo cereja descascado continua maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 566,00 e alta de 6,19% em relação ao dia anterior. Foi a maior alta no dia.

O tipo 4/5 duro teve maior valor também em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 560,00 e alta de 7,49%. A localidade teve a maior alta entre as praças.

Para o tipo 6, a cidade com maior valor de negociação foi Araguarí-MG que tem saca cotada a R$ 520,00 mesmo com queda de 1,89%. A variação mais expressiva no dia foi em Marília-SP com alta de 6,67% e saca cotada a R$ 480,00.

Na quarta-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 2,41% e está cotado a R$ 475,00 a saca de 60 kg.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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