Mercado do boi 'acordou' mais tarde, reagiu e já mostrou negócios pré crise da vaca louca

Publicado em 13/06/2019 17:11
Negócios foram evoluindo e andaram mais depois que o Mapa confirmou o fim da suspensão das vendas aos chineses

Já se observaram lances com boi comum a R$ 155 e R$ 156 em São Paulo, quando as tentativas de negócios já avançavam após algum tempo da confirmação do governo de que a praça chinesa estava liberada. Antes, nos primeiros contatos do dia, quando a confirmação era dada como certa, mas não ainda oficializada, boi China chegou a ser demandado a R$ 153 pelo Minerva.

Essas duas pontas - com o primeiro a preço praticamente de 31 de maio, quando a vaca louca apareceu no Mato Grosso, e o segundo longe dos R$ 157 da mesma época -, mostram como o mercado foi reagindo nesta quinta (13). Meio na trombada, mas reiterando que o dia era para a @ sair do fundo do poço, depois de informações firmes sobre a volta das vendas ao gigante da Ásia haviam sido antecipadas na quarta.

O melhor pode estar por vir. Marcos Chuí, produtor, comprador e consultor de abate acredita que a atividade desta quinta foi pequena, mas a movimentação de grandes lotes devem marcar os negócios da semana que vem. Por enquanto, saem dos frigoríficos bois escalados até o último dia do mês passado e as compras - diante de programações que vinham folgadas e depois se encurtaram na crise -, vão tentar fechar a semana de 24 a 28.

A Agrifatto concorda. Na média balcão registrada pela consultoria hoje, pelo lado do comprador, a alta foi de 1,40% em São Paulo, em R$ 152,41. Não significa que negócios foram realizados a esse valor. Talvez poucos, como o China a R$ 153 que em Barretos teve quem fechou, lote pequeno, mas fechou.

No geral, o aperitivo foi dado de que os produtores podem vender caro e reverter totalmente a feição da safra nessa reta de chegada.

Falar em colocar os frigoríficos de joelho seria exagero, mas se de fato um produtor de Iacanga, centro-oeste paulista, passou boi a comum a R$ 156, conforme relatou no app AgroBrazil, é porque a briga vai ser boa. Pode ter sido venda ao Mondelli (Bauru) ou Frigol (Lençóis Paulista), mais próximos (o outro é o JBS Lins) e mais necessitados que os grandões, mesmo assim foi negócio bom para um assunto que mal foi enterrado.

A situação ficou igual em quase todos os estados. Produtor de Coxim/MS, que prefere o anonimato porque sempre tem "preço a mais" foi procurado para apartar mil novilhas a R$ 140. Recusou porque isso ele recebeu no mês passado (contando o prêmio). "Tem que sair todo mundo do mercado", disse.

A sexta fecha um semana bagunçada pela continuidade da suspensão das exportações e tumultuada pela reabertura. Provavelmente venha mais firmeza, preparando o terreno para a entrada da semana próxima.

Aí sim que há a expectativa de que "o bicho vá pegar", conforme estão dizendo por aí afora.

B3

Todas as telas subiram hoje no mercado futuro, mas seguraram o fôlego do outubro, a R$ 163,50, em leve alta sobre a véspera. Mas mostra que vai começar a ficar mais interessante, especialmente na semana que vem.

Tags:

Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Scot Consultoria: Mercado do boi gordo firme e subindo em São Paulo
Exportações de carne bovina avançam em receita e média diária até a quarta semana de novembro/24
EUA suspendem importações de gado mexicano após caso de bicheira
Preços da reposição sobem mais que boi gordo e quem adiou as compras já tem dificuldade para encontrar animais de cabeceira
Carina FIV do Kado, a vaca recordista mundial de valorização: R$ 24 milhões
Radar Investimentos: Arroba no mercado físico do boi gordo deve se sustentar na última semana de novembro
undefined