Mandatos de biodiesel mais altos na Indonésia reduzirão oferta de óleo de palma, diz analista
Por Danial Azhar e Ashley Tang
KUALA LUMPUR (Reuters) - A implementação de mandatos mais altos de biodiesel na Indonésia, o maior produtor mundial de óleo de palma, provavelmente reduzirá a oferta do óleo vegetal, disse um importante analista do setor na terça-feira.
Atualmente, a Indonésia tem uma mistura obrigatória de 35% do biocombustível à base de óleo de palma no diesel e está buscando aumentar o "mix" para 40%, para reduzir suas importações de energia.
O plano, se implementado, poderá fazer com que o consumo de biodiesel aumente para 16 milhões de quilolitros no próximo ano.
A mudança envolveria o uso adicional de 1,5 a 1,7 milhão de toneladas métricas de óleo de palma, levando a menores volumes de exportação, disse o analista sênior da Oil World, David Mielke, em uma conferência sobre óleo de palma em Kuala Lumpur.
"Em uma situação em que não temos óleo suficiente, a Indonésia aumentando o mandato em 5 pontos percentuais tornaria o fornecimento geral apertado", disse ele à Reuters à margem do evento.
"Portanto, para o consumidor em todo o mundo, isso seria catastrófico, pois haveria ainda menos óleo disponível."
O B40 aumentará o uso de óleo de palma da Indonésia para biodiesel para 13,9 milhões de toneladas métricas, em comparação com os 11 milhões de toneladas estimados como necessários este ano, com o B35, segundo estimativa da associação de produtores de biocombustíveis da Indonésia, APROBI.
Nos últimos anos, os suprimentos globais de óleo de palma foram afetados pela menor produção nos dois maiores exportadores do mundo, Indonésia e Malásia, devido à grave escassez de mão de obra induzida pela pandemia, à menor aplicação de fertilizantes caros e às persistentes condições climáticas chuvosas.
Espera-se que a produção de óleo de palma aumente em 2,3 milhões de toneladas métricas em 2024/25 em comparação com a temporada anterior, disse Mielke.