Bioeletricidade é a terceira fonte mais importante no Brasil

Publicado em 07/03/2019 15:59

A bioletricidade fechou 2018 como a terceira fonte mais importante na Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) no país, quase empatando com o gás natural. A informação é do Boletim Mensal de Energia – referente a dezembro/2018 – divulgado nesta terça-feira (7) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

De acordo com a publicação, em 2018, a OIEE foi estimada em 632,1 TWh, mostrando um aumento de 1,3% sobre 2017. A geração hídrica permanece na liderança com 67% do total da OIEE, seguida pelo gás natural com 8,5%. A fonte biomassa gerou 52,5 TWh, incluindo a geração destinada ao autoconsumo, representando 8,3% de toda a oferta interna. Embora a fonte eólica continue aumentando sua participação, ainda ficou na 4ª posição, representando 7,7% da OIEE em 2018.

No ano passado, do total de bioeletricidade ofertada para a rede, 82% foram produzidos a partir da biomassa disponível no setor sucroenergético brasileiro.

Para o gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar Souza, o relatório mostra como a bioeletricidade é estratégica para o setor elétrico brasileiro. “Em 2018, a produção de bioeletricidade significou 54% da geração total da Usina Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo em geração, superada apenas pela produção da usina chinesa de Três Gargantas.”

Em 2018, segundo o gerente, o desempenho poderia ter sido muito melhor, pois a geração de bioeletricidade da cana-de-açúcar para a rede foi prejudicada pela judicialização do Mercado de Curto Prazo no setor elétrico, fato que se arrasta desde 2015 e pela falta de ajustes na metodologia de revisão da garantia física das usinas à biomassa, variável que determina a quantidade máxima de energia que uma usina pode comercializar no mercado

“Recentemente, apresentamos propostas ao Ministério de Minas e Energia para melhorar esta questão da garantia física e estamos aguardando a avaliação. Acreditamos que resolvendo a judicialização no Mercado de Curto Prazo e com a definição de uma garantia física mais aderente às usinas, a bioeletricidade tenha capacidade para produzir 20% ou mais nas próximas safras, sem aumentar a capacidade instalada, apenas maximizando as possibilidades de geração com a biomassa própria e de terceiros”, avalia Souza.

Ano passado, 63% de toda a bioeletricidade sucroenergética ofertada para a rede ocorreu nos meses em que as contas de luz tiveram a chamada bandeira tarifária vermelha, no seu patamar mais elevado da cobrança extra, indicando como é estratégico estimular essa geração renovável e sustentável para o setor elétrico brasileiro.
 

Fonte: Unica

NOTÍCIAS RELACIONADAS

No fechamento do semestre, os combustíveis mais caros foram encontrados na BR-101, aponta Edenred Ticket Log
FPBio defende união do setor produtivo para fortalecer movimento pela expansão dos biocombustíveis no país
Maior usina da Atvos em Mato Grosso do Sul tem recordes de moagem e etanol em junho
Consumo de etanol no Brasil cresce mais que o esperado, gasolina recua, diz StoneX
Preço da gasolina fica estável e do etanol reduz 0,25% na primeira quinzena de junho, aponta Edenred Ticket Log
StoneX mantém previsão de consumo de diesel B no Brasil em 2024, faz revisão para biodiesel