Produção de algodão no Brasil tem potencial para atingir 3,36 milhões de toneladas em 2024
Para este ano, o comportamento da demanda deve seguir como principal determinante para o preço do algodão no mercado internacional. Após as idas e vindas com a pandemia, o mercado de algodão ainda busca um retorno à normalidade. A indicação de um Fed mais brando, com chance de início do corte nos juros nos Estados Unidos mais cedo do que o esperado, reforça as indicações positivas para 2024, informou a SAFRAS Consultoria.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a queda nos juros tende a destravar a economia e ter reflexos positivos sobre a atividade, com naturais implicações sobre o consumo de algodão. “Isso daria sustentação para uma perspectiva de leve melhora para os preços da fibra em 2024”, relata. “Mas, para que esse cenário se confirme, é preciso que o setor têxtil e de vestuário acelere a recomposição dos estoques”, pondera. “Esse movimento pode demorar um pouco, diante da cautela que cercam as ações desses agentes no mundo”. lembra.
Em relação a produção de algodão do Brasil, Barabach disse que a área semeada com algodão deve ficar maior que o esperado inicialmente, com a fibra ocupando o espaço do milho de segunda safra e da soja de verão, em regiões que enfrentam problema com a falta de chuva, com destaque ao Mato Grosso e Goiás. Essa é a sinalização do Imea, reforçada pela Conab e Abrapa.
“O fato é que o clima adverso deve levar alguns produtores a preferir o plantio de algodão a um eventual replantio de soja. A rentabilidade do algodão, melhor que o milho, também é um fator que estimula o crescimento da área com a pluma”, destaca Barabach.
Com isso, Safras ajustou a projeção de área semeada com algodão para 1,86 milhão de hectares no ano safra 2023/2024, o que corresponde a um avanço de 11% em relação à safra 2022/2023. E assim, a produção de algodão do Brasil tem potencial de 3,36 milhões de toneladas em 2024.