Algodão: Mercado começa a se voltar para o andamento do plantio nos EUA, aponta Imea
Enquanto as lavouras da safra 15/16 se desenvolvem em MT, nos EUA, as sementes que germinarão na safra 16/17 já começam a ser colocadas na terra. Nesta safra, o USDA estima que o cultivo de algodão abranja 3,90 milhões de hectares, dos quais, 10% foram semeados até o momento, ainda segundo o departamento.
Como ocorre há décadas, o ritmo da semeadura no Texas dita a porcentagem nacional, uma vez que MT representa em torno de 55% da área total norte-americana. No Estado, onde se estima o cultivo de 2,14 milhões de hectares na safra 16/17, a semeadura está em 11%, atraso de 4 p.p. ante a média quinquenal, causado principalmente pelas chuvas que vêm assolando as regiões do Estado onde se concentra a cotonicultura.
Para as próximas semanas o clima deve ditar como a semeadura avançará, e isso vale atenção, pois, caso ele não favoreça, pode haver “repiques” de alta na ICE, favorecendo quem tem a intenção de vender.
O mês de abril foi marcado por elevações nas cotações de pluma, tanto em MT, quanto na ICE, mesmo tendo se caracterizado, também, por ser um mês de acentuado enfraquecimento do dólar. Em âmbito do algodão internacional, as altas são justificadas, sobretudo, pela movimentação de especuladores na Bolsa, que têm realizado movimento de direcionamento de capital às commodities, resultando em altas sem fortes justificativas fundamentalistas.
O algodão interno, por sua vez, não acompanharia tal movimentação externa, uma vez que o recuo do dólar no período impediria isso. Porém, a pluma doméstica, tanto disponível quanto a termo, tem suas justificativas para a elevação, por exemplo: a baixa disponibilidade de algodão; o bom desempenho das exportações; e uma maior demanda externa esperada para a próxima safra.
Assim, este momento de enfraquecimento do dólar se mostra favorável, pois pode significar queda nos custos, sem impactar negativamente as receitas.
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