Falta de acordo sobre preço atrasa venda de fumo
Publicado em 08/04/2010 08:52
A indefinição de preços ao produtor atrasa a comercialização da atual safra de fumo nos três estados do Sul. De acordo com a Afubra, a venda até este momento corresponde a 35% da estimativa de produção de 680 mil toneladas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Normalmente, neste período o índice estaria ao redor de 50%. Os dados foram apresentados ontem em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, em Brasília.
Outro fator que estaria freando os negócios é a espera, por parte dos produtores, pela valorização do tabaco, para obter uma melhor remuneração. Segundo o secretário da Afubra e presidente da câmara setorial, Romeu Schneider, em ano de quebra normalmente acontece uma corrida pelo produto no período final da safra, beneficiando quem segurou a venda.
Desde 24 de fevereiro, a comissão de negociação composta por Afubra e federações da Agricultura e dos Trabalhadores na Agricultura dos três estados do Sul não se reúne com as indústrias. Para fontes do setor, esse vácuo prejudica a situação dos fumicultores, muitos sem saber como proceder. Schneider, no entanto, discorda que a falta de encontro seja problema e afirma que, mesmo sem as reuniões, foi mantido contato com as fumageiras, tanto que a Souza Cruz subiu sua proposta de reajuste, em meados de março, de 6,1% para 7%.
O tesoureiro-geral da Fetag, Amauri Miotto, acrescenta que a negociação parou porque as empresas estavam irredutíveis e o monitoramento do mercado indicava, na época, que o produtor recebia perto de R$ 100,00 pela arroba, valor indicado para a venda e que corresponderia à correção de 19,05%. Passado mais de um mês, a recomendação segue valendo. Contudo, no dia 12, a Afubra e as seis federações devem se reunir em Santa Cruz para reavaliar o quadro e tentar tirar um novo posicionamento. Por enquanto, a Fetag considera prematuro debater a possibilidade de protestos.
Fonte:
Correio do Povo