Plantio tardio toma ritmo acelerado no Mato Grosso e abre cenário favorável para a janela da segunda safra
O plantio de soja acelerou a partir da segunda quinzena de outubro e manteve ritmo rápido ao longo de novembro. Segundo levantamento da Pátria Agronegócios, o progresso médio no Brasil é de 83,29%, superando a média do mesmo período na última safra, que foi de 74,69%. No Mato Grosso, apesar de tardio, o ritmo está bastante acelerado e praticamente finalizado.
O início lento foi devido ao atraso das chuvas, mas com a umidade atual, a semeadura passou a ficar dentro do padrão histórico e deve continuar sem grandes surpresas. Tanto que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou, em seu último relatório, que a produção brasileira no ciclo 24/25 deve alcançar 166,1 milhões de toneladas, quase 20 mi. de toneladas a mais em comparação com a última temporada.
O clima também deve favorecer o desenvolvimento da soja, já que para os próximos 15 dias (de 25/11 a 10/12) o acumulado de chuvas em cidades como Sinop e Rondonópolis é de aproximadamente 150 milímetros.
Para que a safra mato-grossense tenha bom desempenho, o uso de variedades de grau de maturação específico para a região e com alta performance de produtividade fazem a diferença. Um exemplo é a GH2483 IPRO, que combina tecnologia de resistência para redução no uso de defensivos agrícolas, alto potencial de engalhamento, perfil radicular agressivo e alta responsividade produtiva em cenários climáticos favoráveis.
“Essa variedade apresenta maturação 8.1 no Estado do Mato Grosso. Ou seja, mesmo em condições de plantio tardio ela se desenvolve bem e, nas condições ideais, permite a realização do plantio da segunda safra na melhor janela para a região. Resultados da última safra comprovam a adaptabilidade da cultivar e o seu potencial produtivo para o Estado do Mato Grosso. Na Fundação Rio Verde, em Lucas do Rio Verde, a GH2483IPRO foi a campeã do ensaio de 1ª época, produzindo 87,9 scs/ha. Outro resultado de destaque aconteceu em Campo Verde, no ensaio da Proteplan, onde a cultivar colheu 104,8 scs/ha.”, explica Ulysses Bottino Jr., líder de marketing de campo da Golden Harvest.
Curiosidades sobre a soja: Os 100 anos da cultura no Brasil
A história da soja no Brasil começou em novembro de 1923, quando o pastor Albert Lehenbauer (foto ao lado) trouxe em sua bagagem uma garrafa de sementes. Ao desembarcar na Colônia Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, Lehenbauer distribuiu os grãos entre os colonos locais. Inicialmente, a oleaginosa era utilizada como forragem e alimento para suínos e apenas nas décadas de 1960 e 1970 começou a ganhar relevância comercial.
Com o aumento da rentabilidade e os avanços tecnológicos, a soja deixou de ser uma cultura secundária para se tornar o principal produto agrícola do estado. Esse crescimento impulsionou melhorias nas técnicas de cultivo, nas máquinas agrícolas e no desenvolvimento de cultivares mais adaptadas.
O cultivo se expandiu rapidamente além do Rio Grande do Sul, alcançando novas fronteiras agrícolas, como Mato Grosso, que atualmente lidera a produção nacional. Hoje, o Brasil é o maior exportador mundial de soja, responsável por mais de 150 milhões de toneladas anuais, abastecendo mercados globais e desempenhando um papel fundamental na economia do país.
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