UE quer aumentar exportação de alimentos para China, apesar das tensões comerciais
Por Casey Hall
XANGAI (Reuters) - Em uma visita à China nesta semana, o comissário de agricultura da União Europeia, Janusz Wojciechowski, disse que seu foco será aumentar as exportações agroalimentares para a segunda maior economia do mundo e manter os alimentos acima das tensões crescentes no comércio entre a China e a UE.
"No comércio de alimentos, não há barreiras para as importações chinesas", disse Wojciechowski em uma entrevista em Xangai na segunda-feira.
"Minha intenção é evitar, tanto quanto possível, que a agricultura pague os custos dos problemas em outros setores, o que às vezes pode acontecer", acrescentou.
A visita do comissário, que vai até sexta-feira, acontece no momento em que a China e a Europa enfrentam um "acidente de trem em câmera lenta", já que uma onda crescente de protecionismo ameaça se tornar uma guerra comercial completa, alertou Jens Eskelund, presidente da Câmara Europeia na China, na semana passada.
Diferentemente de setores como o de painéis solares ou o de veículos de energia nova, o setor agroalimentar da União Europeia tem um excedente de exportação em seu comércio com a China.
Além disso, diferentemente de outros setores, o comércio aberto de alimentos continua sendo um "instrumento muito importante para garantir a segurança alimentar em todos os lugares", razão pela qual as sanções ocidentais contra a Rússia, após sua incursão na Ucrânia, não foram aplicadas aos produtos agroalimentares, disse Wojciechowski.
No ano passado, as exportações da UE para a China foram de 14,6 bilhões de euros, uma queda de 8% em relação a 2022, enquanto as importações da China para a UE caíram 15%, para 8,3 bilhões de euros.
Wojciechowski disse que há espaço para as exportações da UE para a China crescerem em uma série de setores agroalimentares, de aves a suínos, carne bovina e até mesmo laticínios, um segmento que já está relativamente avançado em termos de penetração na China.