Provável retorno de La Niña preocupa agricultores da Argentina
Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - A alta probabilidade de uma forte La Niña chegar em outubro colocou agricultores de grãos em alerta na Argentina, onde o fenômeno climático costuma provocar tempo seco e menos chuvas, afirmou a bolsa de grãos de Rosário nesta quarta-feira.
A Argentina é um dos maiores exportadores de grãos do mundo, e condições secas no fim do ano afetariam o desenvolvimento de parte da safra de trigo e o plantio de milho e soja para a próxima safra 2024/25.
“Uma análise realizada com dados de organizações internacionais no Pacífico mostra uma tendência clara: a possibilidade de 77% de um evento ‘La Niña” para o mês de outubro”, afirmou a bolsa em um relatório. “A informação é preocupante”.
A Argentina, onde a safra 2023/24 está em andamento, acabou de sair de uma série de três anos seguidos de La Niña, que foi particularmente severa à safra de 2022/23, reduzindo pela metade a produção de soja, milho e trigo.
A bolsa acrescentou que as previsões apontam para uma forte versão do fenômeno climático.
Soja e milho estão atualmente em fase de crescimento na Argentina, beneficiando-se de chuvas abundantes do fenômeno El Niño, o inverso de La Niña. A bolsa de Rosário estima a safra de soja de 2023/24 em 49,5 milhões de toneladas, e a de milho, em 57 milhões de toneladas.