Certificação da aviação agrícola tem crescimento de 50% neste semestre
O programa de Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS), que visa reduzir o potencial de impacto das aplicações aéreas no ambiente por meio do incentivo às boas práticas na aviação agrícola, tem aumentado consideravelmente o número de certificações, saltando de 50 para 74 empresas nos últimos três meses, o que representa um crescimento de 50%.
Realizado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF), e coordenado por professores da Unesp-Botucatu, Universidade Federal de Lavras e Universidade Federal de Uberlândia, o CAS também tem como apoiadores a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) e o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG). A grande aceitação do mercado ao processo de certificação tem potencializado a disseminação de informações importantes para a adesão de novas empresas, que também tem sido incentivada por meio de parcerias institucionais, como é o caso da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso), que declarou apoio ao programa.
De acordo com Ulisses Antuniassi, professor da Unesp e coordenador do programa, o objetivo principal do CAS é conscientizar pilotos e empresas de aplicação aérea da necessidade de conter os eventuais riscos ambientais existentes no trabalho de pulverização. “O princípio fundamental do CAS é promover a segurança ambiental da aviação agrícola, utilizando conceitos de boas práticas que ajudam a reduzir o risco de deriva e de possíveis impactos ambientais na aplicação aérea”.
O projeto CAS tem um ciclo de atividades de quatro anos até atingir a estabilidade, com meta de alcance de pelo menos 75% do mercado aeroagrícola. O processo de certificação é dividido em três níveis: o CAS Nível I (certificação legal das operações) já possui 28 empresas certificadas, enquanto o CAS Nível II (qualificação tecnológica da empresa) possui 45 e o último nível (CAS Nível III - conformidade com os processos de boas práticas) conta com três empresas certificadas.
Com 76 empresas certificadas em todo o Brasil, o CAS já atingiu 33% do mercado que representa no total 232 empresas de aplicação aérea. Porém, o caminho é longo, visto que o CAS também se destina aos operadores privados (fazendas que possuem aviões próprios), já que se estima que existam mais de 600 aeronaves de operadores privados para atingir. “Os aplicadores aéreos começaram a entender que a capacitação gerada pelo processo de certificação é um diferencial para a empresa, num processo de autovalorização que não existia no setor”.
Já são 13 estados que possuem ao menos uma empresa certificada em um dos três níveis, sendo que em São Paulo responde por 23, seguido por Goiás e Rio Grande do Sul, com 11 certificações cada um. “Estes três estados representam mais de 70% de todas as adesões que temos”, finaliza Antuniassi.
Por meio do site do CAS – www.cas-online.org.br – é possível ter informações para a emissão das certificações dos níveis I, II e III.