Fiscais federais agropecuários brasileiros suspendem greve

SÃO PAULO (Reuters) - A greve dos fiscais federais agropecuários, que afetava desde 17 de setembro a movimentação de mercadorias em portos, aeroportos e postos de fronteiras, foi suspensa na noite de sexta-feira (02), informou no sábado (03) o sindicato da categoria (Anffa Sindical).

A greve impactou principalmente exportações de grãos e carnes do Brasil, segundo relatos de associações de exportadores. Milhares de contêineres também ficaram retidos nos portos, aguardando a emissão de certificados dos fiscais.

Na semana passada, os fiscais decidiram "flexibilizar" o movimento, liberando cargas nos "pontos críticos", como forma de dar um voto de confiança para o desenvolvimento das negociações com o governo.

A categoria quer recomposição de perdas salariais decorrentes da inflação dos últimos anos, realização periódica de concursos, entre outras reivindicações.

O sindicato informou neste sábado, por meio de sua assessoria de imprensa, que "a categoria continua mobilizada e aguardando proposta do Ministério da Agricultura".

A decisão de suspender a greve foi tomada em assembleia de trabalhadores ligados à Anffa Sindical.

(Por Roberto Samora)

Zero Hora: Mais alguns dias até recuperar ritmo dos embarques

Ainda serão necessários de cinco a sete dias para que o despacho de produtos de origem animal – como as carnes de frango, suína e bovina – retome o ritmo normal nas fronteiras e portos do Estado e do país. É que depois de 15 dias de paralisação dos fiscais federais agropecuários, leva um tempo até que o fluxo seja normalizado. A emissão do certificado sanitário internacional, documento essencial para a exportação é uma das tarefas realizadas pelos servidores, também à frente da inspeção e fiscalização de indústrias.

Na sexta-feira, em assembleias em todo o país, a categoria decidiu colocar um ponto final na paralisação, principalmente pelo retorno obtido com o Ministério do Planejamento – reajuste salarial de 10,8% em dois anos e mudança no nome do cargo, para auditor fiscal federal agropecuário.

Houve uma dose de frustração da categoria, que esperava do Ministério da Agricultura mais do que o ofício enviado ao sindicato. No Rio Grande do Sul, com 470 fiscais, entre ativos e inativos, a votação pela volta foi unânime.

– Tivemos grande adesão na greve, de 95%, acima das nossas expectativas – afirma Consuelo Paixão Côrtes, delegada sindical no RS do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários.

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