Desvalorização do euro sugere preços mais firmes para o pó de cacau

Publicado em 31/07/2015 11:08
Com tendência de alta, subproduto tende a ajustar a margem de esmagamento da commodity

Presente em qualquer confeito com sabor de chocolate, o pó de cacau deve assumir trajetória de alta nos próximos meses. Isso acontece porque, com a demanda reprimida na Europa (o continente que mais consome a commodity no mundo) e a recente alta da amêndoa, a margem do esmagador está comprimida.

Esse desestímulo do processamento de cacau acaba reduzindo a disponibilidade dos subprodutos. Como consequência, há incremento dos preços e, finalmente, a recomposição da margem. O aumento no atual patamar do esmagamento, portanto, acaba puxando os preços do pó para cima em relação aos preços do cacau.

Para explicar essa tendência, a consultoria INTL FCStone considerou três cenários possíveis para o movimento dos preços dos subprodutos de cacau em estudo lançado nesta sexta-feira (31). Os determinantes considerados foram a relação Euro – Dólar e a força da demanda europeia.

Segundo a INTL FCStone, considerando as variáveis mais prováveis durante os próximos meses – a demanda europeia firme e a desvalorização do euro – o consumo europeu deve manter-se estável e com leve recuperação da renda. O euro, entretanto, continua a se desvalorizar – seja pelos problemas no bloco, seja pela ação do Banco Central Americano. Este cenário aumentaria tanto os ratios da manteiga e do pó, como também as margens de esmagamento.

Independentemente do cenário nos próximos meses, algumas situações necessariamente ocorrerão, conforme explica o Diretor de Inteligência de Mercado da consultoria, Thadeu Silva. “A margem de esmagamento deve subir, uma vez que ela está muito comprimida e quase insustentável. Ainda que ocorra uma estabilidade da relação Euro – Dólar e recuperação da economia europeia, haveria aumento no atual patamar da margem”, resume.

Já as cotações da manteiga -  utilizada na produção de chocolates finos e consumida sobretudo na Europa - estão estáveis em euros e se desvalorizam em dólar junto com a moeda europeia. O futuro da atividade econômica do continente, neste semestre, determinará os preços deste subproduto.

Fonte: INTL FCStone

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