Aumento da produção e vendas ruins pressionam mercado do leite
Depois de quatro meses de alta, o preço do leite ao produtor (média nacional) caiu no pagamento de junho, que remunera a produção de maio.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a média dos dezoito estados pesquisados ficou em R$1,172 por litro, sem o frete, um recuo de 0,3% na comparação mensal.
Apesar da queda, em valores nominais, o produtor está recebendo 5,8% mais este ano, frente a igual período de 2016 (figura 1).
Figura 1.
Preço do leite ao produtor (média nacional ponderada) - em R$/litro, valores nominais.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Os principais fatores de pressão de baixa são: a produção de leite aumentando na região Sul do país e também em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, com o clima mais favorável este ano e a queda nos custos da dieta concentrada refletiram na produção); e a demanda fraca na ponta final da cadeia, que tem gerado estoques, por exemplo, de queijos nas indústrias.
Em maio/17, a captação de leite (média nacional) aumentou 1,4% em relação a abril deste ano.
Os dados parciais de junho/17 apontam para incremento de 1,8% na captação no país, na comparação mensal. A expectativa é de aumento da produção de leite em todas as regiões do país.
Para o pagamento a ser realizado em meados de julho (produção de junho), 6,0% dos laticínios pesquisados acreditam em alta de preço ao produtor, 33,0% falam em manutenção e os 61,0% restantes acreditam em queda nos preços do leite.
O tom do mercado já é de queda nos preços do leite ao produtor. A intensidade das quedas será determinada pelo ritmo de crescimento da produção e pelo consumo neste segundo semestre.
As quedas previstas para o pagamento de julho variam de R$0,02 a R$0,10 por litro, segundo as empresas pesquisadas.