Retomada lenta da produção no Sul do país colabora com alta do preço do leite ao produtor
O preço do leite ao produtor subiu pelo quarto mês consecutivo. No pagamento de maio (referente a produção de abril) houve alta de 1,8%, em relação a abril deste ano.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a média dos dezoito estados pesquisados ficou em R$1,175 por litro, sem o frete.
A alta acumulada desde o começo do ano é de 6,6%, frente a um reajuste de 9,8% no mesmo período de 2016. Além da oferta de leite (matéria-prima) melhor este ano, em função do clima e da queda nos custos de produção, a demanda fraca tem limitado as altas para o produtor nesta entressafra.
Em valores nominais, em maio a diferença foi de 10,8% a mais este ano, frente a igual período de 2016 (figura 1).
Preço do leite ao produtor (média nacional ponderada) - em R$/litro, valores nominais
Fonte: Scot Consultoria
A produção em queda na região Sudeste e no Brasil Central tem dado sustentação aos preços do leite para o produtor.Outro ponto de sustentação é a retomada mais lenta da produção no Sul do país, devido ao excesso de chuvas e prejuízos ao estabelecimento das pastagens de inverno.
Segundo o Índice Scot Consultoria para a captação de leite, em abril/17, a captação de leite (média nacional) caiu 1,1% em relação a março deste ano.
Os dados parciais de maio/17 apontam para recuo de 0,3% na captação no país, na comparação mensal. Neste caso, a queda menor é influência pela produção aumentando na região Sul.
Para o pagamento a ser realizado em meados de junho (produção de maio), 20% dos laticínios pesquisados acreditam em alta de preço ao produtor, 63% falam em manutenção e os 17% restantes acreditam em queda nos preços do leite.
Os laticínios que falam em queda estão localizados no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Quarto mês consecutivo de queda no custo de produção da atividade leiteira
Os custos de produção da pecuária leiteira caíram pelo quarto mês consecutivo.
Segundo o Índice Scot Consultoria, em maio, o recuo foi de 2,4% em relação a abril deste ano. Desde fevereiro último, os custos da atividade caíram 7,5%.
As quedas nas cotações dos alimentos concentrados energéticos, com destaque para o milho e a polpa cítrica, visto o aumento na disponibilidade destes produtos, além de alguns concentrados proteicos e dos suplementos minerais, possibilitaram a redução do custo.
Na comparação com maio do ano passado, os custos de produção da atividade caíram 8,6%.
A queda nos custos de produção somada as altas no preço do leite ao produtor melhoraram a margem da atividade nos últimos meses.
Os custos de produção da pecuária leiteira caíram pelo quarto mês consecutivo.