Captação tem nova queda e leite valoriza 10%.
De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) diminuiu 4,04%. O clima seco em algumas regiões mineiras e o excesso de calor no Sul do País continuou influenciando a menor produção de leite no período. Já se comparado o ICAP-L de fevereiro/10 com o de fevereiro/09, a produção registra aumento de 2,9%.
No Sul do País, alguns produtores já estão iniciando o plantio de azevém (forragem) e aveia preta para a safra de inverno. Assim, para os próximos meses, a tendência é de que a produção de leite na região comece a se estabilizar, com aumento gradual, segundo agentes colaboradores do Cepea.
Para o pagamento de abril, 95,9% dos agentes consultados pelo Cepea (responsáveis pela compra de 96,8% do volume total de leite amostrado) acreditam em nova alta de preços; apenas 4,1% dos agentes (que representam 3,2% da aquisição de leite da amostra) esperam que haja estabilidade em abril. Nenhum entrevistado acredita em recuo de preços para o próximo mês. A tendência altista também está sendo verificada no mercado spot (comercialização de leite cru entre cooperativas/laticínios). Em março, já houve um aumento de cerca de 10 centavos por litro em relação à segunda quinzena de fevereiro. Geralmente, as variações no mercado spot ocorrem antes, e em maior intensidade, que ao produtor.
A menor oferta de leite também impulsionou os preços dos derivados de janeiro para fevereiro, principalmente os do UHT. Esse produto valorizou 10,9% no atacado de São Paulo no período, com a média passando para R$ 1,49/litro. Se comparadas as médias de dezembro/09 e de fevereiro/10, a alta do UHT chega a 23% no atacado do estado de SP.
O preço do queijo mussarela, negociado no atacado paulista, acompanhou o movimento de alta do UHT e subiu 9,3% em fevereiro, indo para R$ 9,06/kg. O leite em pó integral (400 g) foi cotado à média de 9,32/kg em fevereiro na mesma praça, alta de 7,9% frente à de janeiro. O leite pasteurizado valorizou 5,5% no mesmo período, com média de R$ 1,21/litro no atacado de São Paulo.
MARÇO – A maior alta no preço do leite ao produtor em março, de 15,5% (ou de 9,2 centavos por litro), foi verificada em Santa Catarina, com a média de março a R$ 0,6871/litro. No Rio Grande do Sul, houve aumento de 14,5% (ou de 8,3 centavos por litro), passando para R$ 0,6503/litro. Vale ressaltar que, de janeiro para fevereiro, os preços em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul haviam subido com menos força em relação aos demais estados da pesquisa do Cepea.
Em Goiás, o preço médio do leite pago ao produtor em março subiu 11,76% (ou 7,2 centavos por litro), com o leite negociado a R$ 0,6832/litro. No Paraná, a média foi de R$ 0,6767/litro, alta de 9,7% (ou de 6 centavos por litro). Em Minas Gerais, houve aumento de 5,7 centavos por litro (8,9%) frente a fevereiro, com média de R$ 0,7002/l.
Em São Paulo, os preços médios subiram 6,4% (ou cerca de 4 centavos por litro), a R$ 0,6656/litro em março. Apesar da valorização mais tímida frente aos demais estados, algumas mesorregiões paulistas apresentaram preços elevados, como o Vale do Paraíba Paulista, que teve média de R$ 0,7694/litro em março – a maior cotação regional registrada no mês. Na Bahia, o valor médio foi de R$ 0,6105/litro, elevação de 6,5% (ou de 3 centavos por litro).
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