Análise de mercado do feijão
FEIJÃO CARIOCA - O mercado do feijão carioca está lento. As vendas recuaram nas principais praças consumidoras. A expectativa é a mesma de todo ano no período que antecede o carnaval, ou seja, tanto compradores não estão afoitos no mercado que tem um grande estoque de mercadoria comercial, como os produtores também se não venderam até agora, imaginam que a barreira psicológica do carnaval parece ser uma boa justificativa para esperar. Ainda que a Conab sustente que adquirirá imediatamente mais de 22.000 T, certamente o feijão comercial dificilmente apresentará reação imediata. Os melhores tipos, estes sim, podem apresentar valorização em breve. Ontem, mantiveram-se as referências no campo para SP R$ 60; PR, MG, BA e GO R$ 45 a R$60.
FEIJÃO PRETO - Dia de muitos compradores no mercado e de reação nas compras juntos aos produtores. Ontem pagou-se ao produtor R$ 65 com facilidade. O difícil está encontrar produto, pois quando o preço sobe sabe-se que os produtores só irão vender quando começar a baixar. As apostas vão longe. Alguns falam em feijão por R$ 70 junto ao produtor logo depois do carnaval. Aconteça o que acontecer já está muito claro que se os produtores mantiverem sua determinação nesta queda de braço eles ganham. Mas dependerá de muita determinação. Ontem o preço de venda CIF passou de R$ 70 para R$ 75/77 dependendo da distância da zona de produção. Mercado com boa procura.
FIQUE DE OLHO - A decisão do STF em retirar a incidência de Funrural sobre as operações de produtos agrícolas causou impacto na cadeia produtiva do feijão ontem. Ainda está sendo medida a extensão e o significado desta atitude que em muito facilitará as transações cada vez mais formais neste mercado. O receio é que o governo, que perde de um lado, venha a buscar esta receita de outra forma. Enquanto isto não acontecer teremos céu de brigadeiro, ou seja, a única incidência de imposto é o de renda. Isto é justo, pois imposto sobre alimento básico contraria, para começar, as regras do bom senso.