Café: Com as cotações em NY em baixa o mercado brasileiro apresentou mais uma semana calma

Publicado em 01/09/2017 19:43
Depois de fechar na última sexta-feira com alta de 350 pontos, os contratos de café na ICE Futures US voltaram a trabalhar em baixa esta semana. Os com vencimento em dezembro próximo acumularam perdas de 235 pontos. Como sempre, a força desproporcional dos fundos com seus interesses focados em resultados rápidos, acabam se impondo sobre o mercado físico, que para planejar e tomar decisões precisam olhar anos à frente. 

Na “guerra” de números e análises que “alimentam” os algoritmos responsáveis pelo posicionamento dos fundos, para cada informação sobre problemas enfrentados pelos cafeicultores no Brasil ou no Vietnã, os dois maiores produtores de café, imediatamente aparecem para contrabalançar, notícias sobre estoques em alta nos consumidores e previsões sobre produção maior em países produtores da América Central ou África. 

Com as cotações em Nova Iorque em baixa, em um patamar que não dá cobertura aos custos e quebra de safra no Brasil, o mercado físico brasileiro apresentou mais uma semana calma, com um volume de negócios fechados muito abaixo do usual para esta época do ano, quando a nova safra começa a chegar ao mercado. 

O volume de café que chega aos armazéns está abaixo da expectativa e o número de lotes ofertados aos compradores é pequeno. Até agora são raros os lotes maiores e de boa qualidade que aparecem para venda. Os cafeicultores procuram vender lotes menores e apenas para fazer frente às despesas mais próximas. Avaliam que o preço oferecido não cobrem custos e riscos da produção de café no Brasil. 

A Cooxupé – Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, maior cooperativa de cafeicultores do mundo e maior exportadora de café do Brasil, atuando em mais de 200 municípios nas regiões do Sul e Cerrado de Minas e Média Mogiana do Estado de São Paulo, informou esta semana que nesta safra 2017/2018, de ciclo baixo, estimava a produção de seus mais de 13 500 cooperados em 6,9 milhões de sacas de 60 kg de arábica. A expectativa da Cooxupé era receber em torno de 6 milhões de sacas. Agora, com o andamento da colheita e o recebimento da safra quase no seu final, estima que esse número tende a ficar ao redor de 5 milhões. 

Até dia 31, os embarques de agosto estavam em 1.743.745 sacas de café arábica, 23.392 sacas de café conilon, mais 196.386 sacas de café solúvel, totalizando 1.963.523 sacas embarcadas, contra 1.659.450 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 31, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 2.648.304 sacas, contra 1.919.393 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 25, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 1, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 235 pontos ou US$ 3,11 (R$9,77) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 25 a R$ 547,87 por saca, e hoje dia 1, a R$ 536,53 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 30 pontos.

Fonte: Escritório Carvalhaes

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Confirmando volatilidade esperada, bolsas voltam a subir e arábica avança para 240 cents/lbp
Região do Cerrado Mineiro lança campanha inédita para proteger origem autêntica de seu café
Com safra andando bem no Brasil, café abre semana com estabilidade
Café tem semana de ajustes nos preços e pressão da safra brasileira derrubando preços
Café em Prosa #175 - Atenção produtor de café: Certifica Minas pode reduzir 0,5% de juros em linha do Plano Safra
Colheita de café no Brasil avança rapidamente e chega a 74%, diz Safras