Café: Semana marcada por preocupação com o clima brasileiro e muita oscilação nos preços em NY
Publicado em 17/06/2016 18:09
O frio intenso, no último final de semana e nos dois primeiros dias desta semana, ocasionou geadas pontuais de pequena intensidade em cafezais do Paraná, São Paulo e Sul de Minas. Aparentemente os prejuízos não foram grandes, mas assustou os operadores devido à grande extensão coberta pela onda de frio. Ocorreram pequenas geadas em áreas mais baixas, em beiras de córrego, desde o norte do Paraná até o sul de Minas, passando pela sorocabana e mogiana de São Paulo. Não entramos ainda na estação de inverno e por pouco não tivemos um desastre em nossos cafezais. Há muitos anos não ocorria um fenômeno como este, com essa intensidade e extensão. Os operadores haviam perdido o medo de geadas no Brasil. Esse medo voltou com o frio do final de semana passado.
Também preocupa bastante a queda que teremos no volume esperado de cafés arábica finos, naturais e CDs, na nova safra 2016. As chuvas do final de maio e início de junho pegaram os terreiros lotados de café, derrubaram na terra muitos frutos maduros, “cerejas”, além de induzirem a passagem de verde para “passa” de muitos frutos ainda em processo de amadurecimento nas árvores. Só mais à frente poderemos ter uma dimensão das perdas na qualidade média de nossa safra 2016 de arábica.
Tivemos mais uma semana de muita oscilação na cotação do café na ICE Futures US em Nova Iorque. A rolagem para setembro dos contratos com vencimento em julho próximo se intensificou e os contratos com vencimento em julho acumularam 380 pontos de alta na semana. O mercado físico brasileiro permaneceu calmo. A entrada da nova safra acontece muito devagar devido às chuvas fora de hora e os poucos lotes da safra 2015 que ainda aparecem no mercado são disputados, mas os produtores recusam a base de preço oferecida pelos compradores.
A Somar Meteorologia informou hoje que uma nova frente fria avança pelo Paraná, trazendo novamente chuvas ao norte do Estado, onde estão localizados os cafezais paranaenses. A partir da terça-feira a chuva avança na direção de São Paulo e sul de Minas. Não há previsão de frio intenso pelos próximos dez dias nas áreas produtoras de café.
Os cafeicultores continuam sem informação sobre os estoques brasileiros de passagem. Precisamos saber quanto café restou da safra brasileira 2015 e anteriores. Os operadores sabem que esse número é pequeno, mas é necessário que seja quantificado.
A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.084.188 em 30 de maio de 2016. Uma alta de 61.187 sacas em relação as 6.023.001 sacas existentes em 30 de abril de 2016.
Até dia 16, os embarques de junho estavam em 744.522 sacas de café arábica, 28.366 sacas de café conillon, mais 119.019 sacas de café solúvel, totalizando 891.907 sacas embarcadas, contra 1.092.606 sacas no mesmo dia maio. Até o mesmo dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.387.490 sacas, contra 1.312.315 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 10, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 17, subiu nos contratos para entrega em julho próximo 380 pontos ou US$ 5,03 (R$ 17,22) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 10 a R$ 621,19 por saca, e hoje dia 17, a R$ 637,49 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega julho a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 125 pontos.
Fonte:
Escritório Carvalhes