Café: CNC afirma que safra brasileira 2015 não será maior que 43,3 milhões de sacas
O tamanho da safra brasileira de café 2015, que começou a ser colhida neste final de abril, voltou a dominar as análises e especulações de operadores e analistas de mercado. Surgem não se sabe de onde, os mais variados números, começando em 40 milhões e indo até 50 milhões de sacas, para uma necessidade brasileira de 55 milhões.
Em seu “Balanço Semanal” que circulou hoje, o CNC – Conselho Nacional do Café alertou que “novas e infundadas especulações a respeito do tamanho da safra brasileira voltaram a emergir” e afirmou, que como representantes do setor produtor “temos convicção que o Brasil não produzirá além do estimado pela Fundação Procafé, que apontou nossa colheita máxima em 43,3 milhões de sacas”.
Os que defendem a possibilidade de um número maior para a produção brasileira de café em 2015 se lastreiam nos bons números de nossas exportações e do consumo interno brasileiro. Para eles, os números de consumo interno e exportação atingidos nos últimos anos não seriam possíveis com os volumes de produção oficiais levantados ano após ano pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento.
O quadro acima e as operações nas bolsas de futuro lastreadas em análises matemáticas e logaritmos explicam as cotações atuais do café na ICE Futures US em Nova Iorque. Sobre este assunto, o engenheiro agrônomo Celso Luis Rodrigues Vegro, pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, publicou na semana passada o artigo “A cabala dos algoritmos”.
Hoje, após ter ouvido o setor produtor, representado pelo Conselho Nacional do Café, a CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento realizou o leilão de 40,5 mil sacas de café dos estoques públicos, produto adquirido por meio do Programa de Opções nas safras 2002/03, 2008/09 e 2009/10.
Foram arrematados 84 dos 114 lotes ofertados, correspondendo à negociação de aproximadamente 28,5 mil sacas. Em meio a aquisições pelo preço de abertura e ágios de até 30%, o valor médio dos arremates foi de R$ 379,79 por saca de 60,5 kg, gerando uma arrecadação total de R$ 10,8 milhões.
Em seu “Balanço Semanal” de hoje o CNC destacou que a sinergia com a CONAB possibilitou o lançamento de preços de abertura condizentes com a realidade do mercado e, em especial, dos cafés que se encontram nos armazéns públicos, que, mesmo próprios para o consumo, são de safras antigas e estão desmerecidos.
Até o dia 29, os embarques de abril estavam em 1.790.452 sacas de café arábica, 456.472 sacas de café conillon, mais 179.957 sacas de café solúvel, totalizando 2.426.881 sacas embarcadas, contra 2.263.171 sacas no mesmo dia de março. Até o dia 29, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 2.862.269 sacas, contra 2.803.048 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 24, sexta-feira, até o fechamento de hoje, quinta-feira, dia 30, caiu nos contratos para entrega em julho próximo, 470 pontos ou US$ 6,22 (R$ 18,70) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 24 a R$ 557,15 por saca e hoje, dia 30, a R$ 546,73 por saca.
Hoje, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 155 pontos.