Café: Compradores diminuíram o valor de suas ofertas, dificultando fechamento de novos negócios

Publicado em 10/04/2015 18:20
Hoje, dia 10, foi dia de vencimento de opções de café na ICE Futures US. Durante toda a semana, a disputa entre comprados e vendidos dominou os pregões e levou muita oscilação às cotações do café no mercado futuro em Nova Iorque, que recuaram no período 580 pontos. No mercado físico brasileiro, o recuo das cotações na ICE e a valorização do real frente ao dólar levaram os compradores a diminuírem o valor de suas ofertas, o que dificultou bastante o fechamento de negócios. 

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, divulgou na última quarta-feira que os embarques brasileiros de café no último mês de março ficaram em 3.046.656 sacas, volume recorde para esse mês. O número surpreendeu os operadores por estarmos na entressafra de uma safra problemática devido à seca histórica de 2014 sobre os cafezais do sudeste brasileiro. 

No ano-safra 2014/2015, até o final de março, já embarcamos 27 675 515 scs. Temos ainda os embarques de abril, maio e junho para cumprir. A diferença este ano é que todos os operadores com quem temos contato se mostram preocupados com os estoques de café que teremos no final de junho próximo, quando terminará o atual ano-safra. Mesmo que os embarques dos próximos três meses caiam para uma média mensal de 2,5 milhões, serão 7,5 milhões de sacas a menos, que somadas ao consumo interno brasileiro no mesmo período, aproximadamente 5 milhões de sacas, totalizarão nesses três meses um “desaparecimento” de mais 12,5 milhões de sacas. Fora a safra nova 2015/2016, que começará a entrar nos armazéns, restarão nos estoques privados muito poucos lotes remanescentes de safras anteriores. 

Apenas cafés muito fracos que não encontraram interessados, ou então de “colecionadores”, que sempre mantém algum café velho guardado, independentemente do preço oferecido pelos compradores, mais os lotes envolvidos em demandas judiciais e inventários. Como dizem brincando alguns analistas restarão apenas os “piruás” dos estoques de café do Brasil, maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor de café do mundo. 

Na última terça-feira, dia 7, o jornal Valor Econômico publicou, na página D3, mais uma matéria sobre algoritmos, onde o matemático Edward Frenkel alerta que algoritmos são um perigo para desprevenidos, e que a ignorância que começa na escola é campo aberto para manipulações. Vale a pena ler a matéria. Ajuda a entender o que está acontecendo nas bolsas de futuro.

 
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de março foram embarcadas 3.046.656 sacas de 60 kg de café aproximadamente 9% (264.100 sacas) a mais que no mesmo mês de 2014 e 11% (307.110 sacas) a mais que no último mês de fevereiro. Foram 2.409.361 sacas de café arábica e 340.400 sacas de café conillon, totalizando 2.749.761 sacas de café verde, que somadas a 294.378 sacas de solúvel e 2.517 sacas de torrado, totalizaram 3.046.656 sacas de café embarcadas.
 
Até o dia 9, os embarques de abril estavam em 376.925 sacas de café arábica, 66.505 sacas de café conillon, mais 27.684 sacas de café solúvel, totalizando 471.114 sacas embarcadas, contra 506.253 sacas no mesmo dia de março. Até o dia 9, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 700.481 sacas, contra 777.278 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 2, quinta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 10, caiu nos contratos para entrega em maio próximo, 580 pontos ou US$ 7,67 (R$ 23,65) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 2 a R$ 582,82 por saca e hoje, dia 10, a R$ 551,14 por saca.

Hoje, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 235 pontos.

 

Fonte: Escritório Carvalhaes

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