DA REDAÇÃO: Diminuição da atividade solar e resfriamento dos oceanos podem provocar períodos mais frios nos próximos 20 anos
Nesta última segunda-feira (12), o site Terra divulgou a notícia de que a inversão da polaridade do sol vai afetar todo o sistema solar e erupções de energia podem aumentar os raios cósmicos e ultravioletas que chegam a terra, afetando a temperatura e as comunicações no planeta. No entanto, o climatologista, Luiz Carlos Molion, afirma que a inversão da polaridade do sol não pode trazer impacto para as temperaturas e, consequentemente, para a agricultura.
“O sol tem um ciclo de manchas solares, que são regiões do sol mais frias do que a fotosfera, parte do sol que nós vemos, e ela tem uma temperatura de cerca de 6 mil graus centígrados, enquanto as manchas são regiões onde está havendo o afundamento do material gasoso que compõe o sol e nesse afundamento formam-se as manchas com temperaturas um pouco mais baixas, de cerca de 4 mil graus centígrados. Esse ciclo de manchas é normal e dura aproximadamente 11 anos, leva da ordem de 4 anos para o número de manchas sair de 0 e atingir um máximo, depois decresce novamente pra 0 em 7 anos, da forma que, em média, a cada 11 anos o sol passa por esse máximo que ocorre dentro do ciclo. Quando chega no máximo solar, em geral existe a inversão de polaridade, quando o polo norte do sol vai diminuindo a intensidade do seu magnetismo, depois passa por 0 e volta invertido, ou seja, polo sul”, diz Molion.
O climatologista explica que essa inversão de polaridade do sol foi notícia porque existe um satélite que foi lançado em 2008 pela NASA em parceria com a Agência Espacial Japonesa, que, pela primeira vez desde que a humanidade existe, poderá observar a inversão de polaridade. Porém, a cada 11 anos isso tem acontecido e nunca afetou as temperaturas, assim como a erupção de massa coronal, que sempre ocorre quando o sol está bastante ativo, também nunca afetou o planeta. Essa erupção poderia ocasionar algum problema, como queimar satélites, se acontecesse em direção a terra, mas a probabilidade que isso ocorra é muito pequena.
Por outro lado, segundo Molion, as observações mostram que nos últimos 16 anos as temperaturas tem se mantido estáveis e a tendência é que a temperatura global diminua, com um ligeiro resfriamento da ordem de 0,3 graus centígrados em média, uma vez que o sol, nossa principal fonte de energia, está em um período de baixa atividade, que ocorre a cada 100 anos. O sol desde dezembro de 2008 entrou nesse período de baixa atividade e vai passar assim, produzindo um pouco menos de energia, até 2030.
Além disso, os oceanos, particularmente o Oceano Pacífico, que ocupa 35% da superfície do planeta, também dão sinais de que estão esfriando. Com isso, esses dois grandes controladores do clima global indicam que os próximos 20 anos serão um período ligeiramente mais frio do que foi o período de 1976 a 1998, sendo que o período de aquecimento já acabou em 1998.
“Isso é muito ruim para o agricultor, mas ele tem que se preparar. No período de 1946 a 1976, que houve um clima frio, a frequência de geadas severas foi maior e afetou bastante os estados da região Sul, principalmente o Paraná (PR), onde ocorreu um problema sério com o café, e a última grande geada nesse período frio foi a de julho de 1975, que praticamente acabou com o café do oeste do PR”, afirma Molion.
Esse ciclo de invernos com entrada de massas polares mais intensas já estaria voltando e, quando isso aconteceu entre 1946 e 1976, ocorreram geadas antecipadas, em março e abril, ou geadas tardias, como temperaturas baixas na primeira semana de dezembro, quando já deveria ser verão. Esse período agora deve se repetir nos próximos 20 anos, com uma maior possibilidade de acontecer geadas antecipadas e tardias.
Porém, Molion diz que não são em todos os anos que isso acontecerá, mas em junho de 2010, por exemplo, houve uma massa de ar polar que subiu ao longo do Rio Paraguai e afetou o Mato Grosso do Sul (MS), o Paraguai, a Bolívia e o Acre (AC), matando milhares de peixes e repteis: “A inversão de polaridade não é a grande preocupação, mas sim os oceanos estarem se resfriando, reproduzindo o clima global das décadas de 50 e 60, que não foi bom para o mundo como um todo. Por outro lado, naquela época a população era pequena e a economia não era globalizada, agora os invernos com massas de ar polar mais intensas podem provocar uma perda considerável na economia e podem, obviamente, atrapalhar a vida da sociedade como um todo”.
3 comentários
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André Lunardi Sinop - MT
Parabéns ao Dr. Luiz Carlos Molion! Pela analise e honestidade! O que impressiona são tantos especialistas mentirem por tanto tempo com aquecimento global ocasionado por desmatamento dados que provocaram uma verdadeira perseguição aos agricultores brasileiros! Claro que único pais do mundo que acreditou e penalizou sua produção de alimentos fomos nos! Os EUA, Europa, Ásia ate Argentina ocupam todo seu território agricultável com produção! Nos estamos com mais 60% do território com florestas nativas e reservas perdidas desperdiçadas e ainda parte da sociedade e governo achando que é pouco! Precisamos debater estas mentiras e defendermos nosso Pais de ONGS falsas ambientalistas que querem ver nossa população pobre miserável!
marco possenti melnek san albero paraguay - PR
O jeito.e Volta aos velhos tempos vai ce planta uma veis ao ano. Ai vao da valor au agricultor. vai falta comida.
Liones Severo Porto Alegre - RS
Admirável professor Dr Luiz Carlos Molion, o último parágrafo é a síntese do período que estamos vivenciando. Já muitos falam de geadas prematuras no hemisfério norte que traria muitas dificuldades para as safras agrícolas de verão, sabendo-se que o hemisfério norte é responsável por 80pct da produção mundial de grãos.