Chuvas excessivas atrapalham, mas não inibem produção recorde de soja no sul do país, aponta FCStone
Apesar dos excessos do padrão climático desta temporada, as perspectivas continuam positivas para a produção de soja no Paraná e Rio Grande do Sul, que devem retirar um volume recorde de oleaginosa do campo. “No Paraná, o fenômeno El Niño beneficiou a região, trazendo chuvas regulares nas fases mais críticas para o desenvolvimento das lavouras: crescimento vegetativo (plantio) e enchimento de grãos”, destaca a Coordenadora de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Natália Orlovicin.
Isso não significa que as precipitações não tenham trazido problemas pontuais para a safra. A irregularidade climática – que não veio apenas no volume pluviométrico, mas também na luminosidade mais baixa e nas temperaturas muito elevadas – resultou em maturação heterogênea da planta e peso menor dos grãos. Ainda assim, o estado deve colher volume recorde de 17,7 milhões de toneladas, atingindo novamente a maior produtividade do país.
Na região Norte Central, a maior produtora de soja do estado paranaense, verificou-se um valor quase 50% maior em 2015/16 do que em 2014/15 e quase 60% maior em relação à média histórica, considerando o volume de chuvas acumulado desde o início do período de plantio até o final de fevereiro.
“Isso quer dizer que as chuvas foram abundantes, chegando, em alguns casos, a prejudicar as lavouras, tanto por causa do excesso de umidade durante o desenvolvimento da safra, quanto por impedir os trabalhos de colheita nestes últimos meses”, pondera Natália. A colheita, nestes casos, demorou para ter início e foi possível observar soja brotando no pé em alguns campos, o que trouxe efetivamente prejuízos ao rendimento.
Já no Rio Grande do Sul, também foram observadas chuvas acima da média em alguns períodos e clima seco em outros, o que trouxe preocupações quanto a potenciais perdas, uma vez que quase todas as regiões produtoras do estado apresentam um ‘alto risco’ de perdas de produtividade causadas pelo clima.
“O período mais seco, observado em janeiro em algumas áreas foi aliviado por precipitações mais elevadas em fevereiro. Contudo, o volume muito alto de chuvas preocupa, podendo trazer prejuízos à qualidade do grão”, destacou a INTL FCStone no relatório ‘Giro da Safra III – Paraná e Rio Grande do Sul’. Apesar disso, a safra rio-grandense apresentou um bom desenvolvimento, devendo resultar em uma produção recorde.
Dados: Bloomberg; Elaboração: INTL FCStone
‘Giro da Safra III – Paraná e Rio Grande do Sul’ é o terceiro estudo de uma série de relatórios que trazem classificações de risco criadas pela INTL FCStone a respeito da produtividade de cada microrregião, combinadas a dados climáticos do mês de janeiro de 2016 e às atualizações de acompanhamento de safra em parceria com a Expedição Safra, projeto realizado pelo Agronegócio Gazeta do Povo.
0 comentário
Após semana de intensa volatilidade e mínimas em anos, soja fecha 6ª com mais de 1% de alta em Chicago
Itaú BBA vê exportações recordes de soja do Brasil em 2025 e fretes em alta
Farelo de soja sobe quase 3% em Chicago e dá força à recuperação dos preços do grão nesta 6ª
Hedgepoint atualiza complexo de soja e óleo de palma
Após atraso no plantio, chuvas chegaram para contribuir com o desenvolvimento da soja em Boa Esperança do Sul (SP)
Soja sobe na Bolsa de Chicago nesta 6ª e continua movimento de ajuste após últimas baixas