Greve dos Caminhoneiros: Mercado da soja está parado no Brasil
A manchete do site norte-americano Farm Futures nesta terça-feira (24) é a seguinte: greve dos caminhões no Brasil aumenta as preocupações e os preços. E, por volta das 13h (horário de Brasília), as cotações da soja subiam mais de 20 pontos entre os principais vencimentos na Bolsa de Chicago. Assim, o contrato maio/15 valia US$ 10,25 por bushel.
O mercado internacional da soja vem registrando, durante toda a sessão, um firme movimento de alta para os preços e um dos principais fatores de estímulo para as cotações, segundo dizem analistas internacionais. Para Liones Severo, consultor do mercado do SIM Consult, esse movimento de alta só foi antecipado por essa situação da greve.
No Brasil, o mercado da soja está parado. O fluxo de caminhões, principalmente para o porto de Paranaguá, foi interrompido pelos protestos - que já somam mais de 100 pontos de paralisação - e o produto não pode ser escoado. Além disso, as indústrias nacionais também estão paradas, uma vez que não recebem a matéria-prima para darem continuidade às suas atividades.
Segundo números da assessoria de imprensa do terminal, há cerca de 45 caminhões em seu pátio nessa manhã, enquanto a média, para essa época de pico da colheita, é de 900 veículos. "Todo o fluxo de caminhões está parado. Essa era a pior coisa que poderia acontecer", afirma Severo. O consultor explica ainda que, passado o movimento, serão necessários, no mínimo, dois meses para que a situação se normalize e os dias que foram perdidos sejam "recuperados".
A não chegada da soja nos portos atrasa também o embarque do grão nos navios. Há uma fila extensa nos portos - para algo perto de 5 milhões de toneladas de soja somente para a China, sem contar os demais destinos - e já começam a correr os valores chamados de demurrage, que é a multa de sobreestadia das embarcações. Hoje, esse valor é de US$ 15 mil por dia. São cerca de 50 navios ao largo.
Com a greve no Brasil, a demanda deverá se voltar ainda mais para a produção norte-americana, principalmente por farelo de soja, o que ajuda a alavancar as cotações em Chicago. No Brasil, os preços podem ser pressionados mais a diante, no entanto, isso ainda não tem sido registrado.
Nesta terça, o valor em Paranaguá está em R$ 66,50 por saca, estável em relação ao dia anterior, e em Rio Grande o valor se mantém em R$ 67,80. A preocupação também está sobre os valores do prêmios praticados nos portos. No terminal paranaense, o prêmio sobre o valor praticado para março/15 na CBOT era de 50 cents e passou para 40 e para abril e maio/15 o número caiu de 32 centavos de dólar para 25.
SAIBA MAIS:
- Greve dos caminhoneiros já tem mais de 100 pontos de paralisação
- Confira as imagens sobre a paralisação, enviadas pelos produtores rurais
- GREVE DOS CAMINHONEIROS: Levantamento da FOLHA mostra falta de combustível em 4 Estados
- Na FOLHA: Caminhoneiros bloqueiam rodovias em 9 Estados (Fernão Dias e BR-163, entre outras)
0 comentário
Após semana de intensa volatilidade e mínimas em anos, soja fecha 6ª com mais de 1% de alta em Chicago
Itaú BBA vê exportações recordes de soja do Brasil em 2025 e fretes em alta
Farelo de soja sobe quase 3% em Chicago e dá força à recuperação dos preços do grão nesta 6ª
Hedgepoint atualiza complexo de soja e óleo de palma
Após atraso no plantio, chuvas chegaram para contribuir com o desenvolvimento da soja em Boa Esperança do Sul (SP)
Soja sobe na Bolsa de Chicago nesta 6ª e continua movimento de ajuste após últimas baixas