Soja inicia semana com leve queda em Chicago nesta 2ª feira
Os preços da soja, nesta segunda-feira (1), tem uma novo dia de pequenas baixas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa em seus principais venciementos perdiam, por volta das 7h30 (horário de Brasília), pouco mais de 5 pontos durante o pregão eletrônico.
O mercado dá continuidade ao seu movimento de liquidação de posições e realizações de lucros à espera de novas notícias que possam motivar movimentos mais fortes dos preços. Ao mesmo tempo, porém, ainda se comporta de forma bastante técnica tentando manter um intervalo importante de valores, segundo explicam analistas.
Ainda nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz um novo boletim semanal dos embarques de grãos do país e os dados podem definir uma direção melhor para as cotações. Na última semana, o órgão mostrou que, na semana que terminou no dia 20 de novembro, os EUA haviam embarcado 2.784,91 milhões de toneladas e, no acumulado da temporada comercial, esse número era de 19.410,09 milhões de toneladas, volume que é mais de 3 milhões de toneladas maior do que o registrado no mesmo período da temporada 2013/14. A estimativa do USDA para as exportações de todo o ano comercial é de 46,81 milhões de toneladas.
Veja como fechou o mercado nesta sexta-feira:
CBOT: Soja fecha com forte baixa nesta 6ª feira com queda do petróleo e realização de lucros
Na sessão regular e mais curta desta sexta-feira (27) na Bolsa de Chicago, os preços da soja passaram por uma intensa realização de lucros e terminou o dia com mais de 30 pontos de queda nos principais vencimentos. O contrato janeiro/15, o mais negociado nesse momento, fechou o pregão cotado a US$ 10,14 por bushel, com uma baixa de 1,81% na semana, enquanto o maio/15, referência para a safra brasileira, perdeu 1,72% e fechou com US$ 10,27.
O mercado da soja em Chicago registrou um dia de pouca movimentação nessa volta do feriado de Ação de Graças, comemorado na última quinta-feira (27) quando a bolsa não funcionou, o que contribuiu para quedas mais acentuadas sendo observadas neste pregão. Segundo explicam analistas, a presença de poucos players no mercado pode agravar o recuo das cotações já que os fundos aproveitam a oportunidade para 'manobrar' os negócios em dias de pouca liquidez.
Assim, os movimentos técnicos de vendas por parte desses fundos motivaram perdas tão expressivas nas posições mais negociadas, além de uma influência negativa vinda também do cenário macroeconômica. A recente movimentação negativa dos preços do petróleo e do ouro, por exemplo, tem sido um outro fator de pressão sobre os preços das commodities - que recuaram de forma quase que generalizada nesta sexta. Esse, porém, deve ser um problema pontual, ainda segundo explicam analistas. No entanto, já vem afetando o andamento dos negócios nas principais bolsas e índices acionários do mundo.
Nesta sexta-feira, as cotações do petróleo caíram mais de 700 pontos com o barril sendo cotado na casa dos US$ 66,00 e tentando se manter nesse nível e, de acordo com o que vinha sendo sinalizado por analistas, com os preços abaixo do nível dos US$ 70,00 a situação poderia se agravar. No dia anterior, o petróleo também despencou e registrou sua maior queda diária desde 2011 e, em alguns vencimentos, os valores são os menores em quatro anos.
O recuo desse mercado vem sendo observado desde que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu por não reduzir a produção. De acordo com informações da agência de notícias Reuters, a Arábia Saudita bloqueou os pedidos de membros mais pobres do cartel de cortar a produção para conter uma queda nos preços globais. Ainda segundo a Reuters, "os preços caíram um terço desde junho em função de uma produção maior nos EUA, a partir de depósitos de xisto, em conjunção com uma demanda fraca".
Como explicou Fernando Pimentel, analista de mercado da Agrosecurity, "há uma correlação entre as commodities e as soft commodities e, às vezes, uma baixa no mercado futuro não tem uma lógica do mercado físico, já que no mercado físico norte-americano há ainda prêmios firmes, demanda forte e embarques acima da média histórica para esse período". Além disso, ainda segundo Pimentel, as altas dos últimos dias também motivaram essa realização de lucros. "Mas não se trata de uma queda dramática, essa volatilidade de algo entre 30 e 40 pontos é normal para esse período", diz.
Números do USDA
Ainda nesta sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo reporte semanal de vendas para exportação e trouxe números acima das expectativas para a soja em grão e uma boa evolução nos negócios com óleo de soja. Por outro lado, o boletim apontou ainda cancelamentos de farelo de soja e isso, para alguns analistas internacionais, também poderia ter motivado essas baixas de mais de 30 pontos.
As vendas semanais de soja da safra 2014/15 vieram reportadas em 1.485,4 milhão de toneladas contra 1.074,3 da semana anterior. O número superou bem as expectativas do mercado que variavam de 700 mil a 1 milhão de toneladas. O destino principal da soja norte-americana foi, como tradicionalmente acontece, a China, respondendo pelas compras de 806,2 mil toneladas.
Assim, o total acumulado no comercial é agora de 38,695 milhões de toneladas frente à estimativa do USDA para a temporada de 46,81 milhões de toneladas.
O USDA informou ainda que foram registrados cancelamentos nas vendas de 22,3 mil toneladas de farelo de soja da safra 2014/15 e mais as vendas de 174,3 mil toneladas de produto do ciclo 2015/16. Já sobre o óleo de soja foram vendidas, ainda de acordo com o departamento, 35,6 mil toneladas na última semana, um volume 82% maior do que o registrado na semana anterior.
O analista de mercado da Agrosecurity explicou, no entanto, que apesar desse bons números registrados nas vendas para exportação da soja nos EUA, a informação não teve força suficiente para combater os fatores que pressionaram o mercado neste último pregão da semana, apesar de positiva para o quadro geral do mercado.
Mercado Interno
Acompanhando a semana negativa em Chicago, os preços da soja registraram uma queda também nos portos brasileiros. As cotações, apesar de ainda se encontrarem em níveis importantes e que remuneram produtores de boa parte das principais regiões do país, não conseguiram se beneficiar nem mesmo com o terceiro mês de alta para o dólar frente ao real.
No porto de Rio Grande, a baixa semanal para o produto disponível foi de 0,77% com fechamento de R$ 64,50, já para a soja futura - entrega em maio/15 - baixa de 0,94% para R$ 63,40. Em Paranaguá, o recuo foi mais forte - de 3,17% 0 com a cotação terminando a semana a R$ 61,00, contra R$ 63,00 na última segunda-feira (24).
Em novembro, a moeda norte-americana subiu 3,75% e, nos últimos três meses, os ganhos acumulados se aproximam de 15%. A movimentação da divisa, de acordo com analistas, deverá ser liderada, entre outros fatores como o comportamento do petróleo, pelas ações adotadas pelo Banco Central nessa nova fase da economia do país, apesar de ter tido sua liderança mantida. O cargo continua sendo ocupado por Alexandre Tombini.
"O mercado vai observar o BC de perto. Neste momento, está claro que não falta liquidez, mas podemos ver alguma tensão inicial se as ofertas de fato acabarem", disse o sócio-gestor da Queluz Asset Management, Luiz Monteiro, à agência Reuters, que acredita que o BC reduzirá "de forma significativa" a atuação.
Apesar dessas movimentações, no interior do país os preços da soja registraram uma semana positiva com ganhos de 0,87 a 3,70%, de acordo com um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto às cooperativas e sindicatos rurais das principais praças de comercialização.
Um fator que ainda dá força e suporte às cotações da soja no mercado disponível brasileiro é a demanda interna, segundo explicou Vlamir Brandalizze. O consultor da Brandalizze Consulting informou que, nesta quinta, os pontuais negócios que foram efetivados se deram, em sua maioria, com indústrias de biodiesel e rações.
Em Tangará da Serra/MT, o preço subiu 3,64% para R$ 57,00 por saca e 3,70% em Campo Novo do Parecis para R$ 56,00. Em São Gabriel do Oeste, o Mato Grosso do Sul, o preço começou e terminou a semana em R$ 59,00. Em Jataí/GO, o mercado também subiu, nesse caso 1,13%, para R$ 53,60 por saca. Em Não-Me-Toque, no RS, alta de 0,87%, para R$ 59,00. Em Londrina e Ubiratã, no PR, a cotação subiu 1,72% em ambas as praças, para R$ 59,00. Já Cascavel, também no Paraná, o preço permaneceu estável em R$ 58,00.
A comercialização da safra 2014/15se aproxima de algo entre 30 e 35% quando 'deveria' estar perto de 45% nessa época.
Desse total, no entanto, aproximadamente 25% da soja da safra nova foram negociados nas últimas seis semanas, quando o mercado registrou bons rallies na Bolsa de Chicago, os prêmios nos portos estavam entre 50 e 90 centavos de dólar positivos sobre os valores do mercado internacional e alguns negócios chegaram a bater nos R$ 69,00 no porto de Rio Grande, registrando o melhor momento da temporada.
"50% do volume desses 25% negociados nas últimas semanas foram negócios que conseguiram preços entre R$ 67,00 e R$ 69,00 nos portos", explica Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
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