Soja: fundos voltam às compras com seca e forte calor no Brasil
Os futuros da soja voltam a subir na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (16) e, por volta de 12h50 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam mais de 6pontos na sessão regular. O contrato maio/15, referência para a safra brasileira, era cotado a US$ 9,84 por bushel.
Segundo Mike McGinnis, editor de mercado do site norte-americano Agriculture.com, os problemas de clima no Brasil -- provocando um atraso no plantio da nova safra e um movimento de compras por parte dos fundos de investimentos -- dão suporte às cotações neste pregão.
"O mercado está de olho nesses 'soluços' que o plantio no Brasil tem dado, o que é positivo para os preços. Além disso, os investidores estão deixando os mercados de ações e migrandopara as commodities agrícolas nesse momento, então, um movimento de compra está acontecendo, e isso dá suporte ao mercado", afirma McGinnis.
Nos Estados Unidos, porém, as preocupações com as chuvas que paralisaram a colheita começam a perder força. A situação já é bem melhor no Meio-Oeste americano, as chuvas já se distanciaram dos estados produtores do Corn Belt e o ritmo da colheita está sendo retomado, tanto para a soja quanto para o milho.
Clima seco no Brasil
No Brasil, algumas áreas em importantes estados produtores de soja já requerem necessidade de replantio em decorrência do cenário climático. As temperaturas estão muito elevadas e não chove há muitas semanas, condições que têm provocado a morte das plantas.
Na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, por exemplo, as temperaturas chegaram a algo entre 41 e 42°C, como relatou o analista de mercado Leonardo Mussury, da Bocchi Administradora de Negócios. "A planta procura resistir mas, sem condições, acaba morrendo, e isso exige replantio. E replantio significa maior custo de produção, e esse processo tardio de plantio deve significar um gasto maior com defensivos, ou seja, é um ano em que o produtor vai ter que fazer as coisas com calma", explica.
No Paraná, a situação se repete e a falta de chuvas também desacelerou o plantio nas últimas semanas. Os últimos números do Deral mostram que 33% da área já havia sido plantada, contra 20% da semana anterior. No ano passado, esse número era de 34%.
Em Laguna Carapã, em Mato Grosso do Sul, os produtores estão há mais de 15 dias sem boas chuvas e com altas temperaturas sendo registradas, o que resultou na interrupção do plantio. Além disso, na região, as lavouras têm sido atacadas pelas lagartas rosca e da maçã. Em Sinop, também no MT, o sojicultor sofre com mais de 8 dias sem uma gota d'água e as previsões indicam a volta das precipitações somente depois do dia 20.
Mercado Interno
No mercado interno, os preços continuam a ser favorecidos pelos prêmios positivos, que resultam em valores melhores nos portos, e pela alta do dólar. Ontem, a soja fechou o dia valendo R$ 59,10 por saca e, segundo analistas, podem vir a registrar patamares ainda melhores caso esse cenário persista. Nesta quarta, a moeda norte-americana sobe frente ao real e já chegou a bater nos R$ 2,47 ao longo da sessão.
Paralelamente, as atuais cotações observadas não estimulam os sojicultores a voltarem ao mercado e efetivar novas vendas, uma vez que eles apostam em melhores oportunidades de comercialização.
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