Soja: Na CBOT, mercado dá continuidade às perdas nesta 5ª feira

Publicado em 04/09/2014 08:33

Na sessão desta quinta-feira (4), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham em campo negativo. As principais posições da commodity dão continuidade ao movimento de queda e, por volta das 8h32 (horário de Brasília), os vencimentos exibiam perdas entre 0,50 e 4,00 pontos. O contrato novembro/14 era cotado a US$ 10,16 por bushel, após ter encerrado o último pregão a US$ 10,20 por bushel.

Nesse momento, o principal fator de pressão no mercado da oleaginosa é a perspectiva de safra cheia nos Estados Unidos na temporada 2014/15. E frente ao clima que ainda contribui para o final de desenvolvimento da cultura, já há especulações de que produção pode ser maior do que o esperado inicialmente e alcançar 107 milhões de toneladas.

Em contrapartida, a demanda pelo produto permanece firme. Inclusive, nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá reportar novo boletim de vendas para exportação, importante indicativo do desempenho da demanda.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Com foco na safra dos EUA, soja fecha com baixa de dois dígitos

As principais posições da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quarta-feira (3) com quedas expressivas. No final da sessão, as posições da commodity até reverteram parte das perdas, mas, ainda assim, terminaram o dia com baixas de dois dígitos. O vencimento novembro/14 era cotado a US$ 10,20 por bushel.

Segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg, durante o pregão o mesmo vencimento recuou ao menor patamar dos últimos quatro anos, ao atingir o nível de US$ 10,12 por bushel. Na sessão de hoje, o mercado foi pressionado negativamente pela perspectiva de crescimento no rendimento das lavouras de soja nos EUA, conforme destaca o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.

Frente às chuvas registradas nos últimos dias, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou de 70% para 72% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. Em relação à semana anterior, o volume de lavouras em situação regular passou de 23% para 22%. Enquanto que, o índice de lavouras da oleaginosa em condições ruins ou muito ruins caiu de 7% para 6%.

Na visão do economista, esse fator surpreendeu o mercado, já que no final do ciclo é esperado que a situação seja inversa. "Com a aproximação do término do desenvolvimento da safra, o normal é que seja registrada uma queda nesses números, em função dos pequenos problemas que aconteceram durante o crescimento da cultura. Contrariamente tivemos um aumento e as plantações registram um dos melhores índices dos últimos 20 anos", diz.

Com isso, algumas consultorias já apontam um acréscimo de até 1,5 bushel por acre na projeção de produtividade. No caso da oleaginosa, o rendimento das plantações poderão alcançar 53,12 sacas por hectare, acima da estimativa do USDA, de 51,47 sacas por hectare. Na somatória, a safra norte-americana de soja poderá registrar um aumento de 3 milhões de toneladas e atingir ao redor de 107 milhões de toneladas, segundo o economista.

Ainda assim, possíveis problemas em relação ao clima não estão descartados, como excesso de chuvas na colheita, ou até mesmo a ocorrência de geadas. E a concentração da colheita, em meados de setembro a outubro, também poderão gerar uma pressão adicional sobre os preços futuros, de acordo com Motter. 

Demanda 

O economista ainda destaca que a demanda pela soja continua aquecida. Porém, em comparação com o aumento na produção previsto, a demanda não deverá crescer na mesma proporção para absorver a adicional da oferta, relata Motter. "Com isso, teremos uma recomposição nos estoques", completa.

Nesta quinta-feira (4), o USDA irá reportar o novo relatório de vendas para exportação, será um importante indicativo do desempenho da demanda.

Safra do Brasil

Para a safra 2014/15, o volume de negócios ainda é baixo e, de acordo com alguns analistas, o volume de comercialização da soja gira em torno de 8% a 10%. Diante dos custos de produção mais altos e a expectativa de redução na lucratividade, os produtores adotam uma postura mais cautelosa nesse momento. O economista orienta que os agricultores façam as contas e comercializem tentando garantir a média.

Em relação aos prêmios, que continuam positivos para a próxima safra, o economista explica os valores refletem a queda registrada em Chicago. Para os meses de março/15 e maio/15, os prêmios variam entre US$ 0,40 e US$ 0,70. “Mas, à medida que temos uma oferta maior, os prêmios tendem a cair”, ressalta Motter.

No mercado disponível brasileira, a comercialização ficou travada devido à queda registrada no mercado internacional. De acordo com o levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, a cotação da soja em Ubiratã (PR), caiu 2,65%, para R$ 55,00 a saca. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), o dia também foi de retração nos preços para R$ 56,00 a saca, queda de 1,75%. Em Jataí (GO), o recuo foi de 1,14%, para R$ 52,20 a saca. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega futura caiu 1,75%, para R$ 56,00. No Porto de Rio Grande, a redução foi de 0,88%, para R$ 56,50 a saca.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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