Milho: Apesar de saldo semanal negativo para o dólar, mercado no Brasil fecha estável
A semana terminou com os futuros do milho registrando altas de dois dígitos entre seus principais vencimentos nesta sexta-feira (20) na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas terminaram o dia com ganhos de 10,25 a 11,50 pontos, com os contratos setembro/15 e dezembro/15 acima dos US$ 4,00 por bushel. As altas diárias e semanais foram as mais elevadas em seis semanas.
Os preços encontraram combustível para registrar esse avanço diante, principalmente, da baixa do dólar frente às principais moedas emergentes nesta sexta, o que torna o produto norte-americano mais atrativo e atrai, dessa forma, a demanda pelo cereal dos EUA.
Somente frente ao real, o dólar caiu mais de 2% nesta sessão e acabou anulando os ganhos registrados na semana, principalmente depois da disparada da quinta-feira (19), quando chegou a bater em R$ 3,31, maior valor em 12 anos. Assim, a divisa fechou em R$ 3,2302, acumulando, na semana, uma queda de 0,58%. Nas três semanas anteriores, o dólar vinha registrando balanços semanais positivos.
Algumas boas notícias vindas do mercado financeiro internacional e também diante das intervenções do Banco Central no Brasil - com a oferta de até 2 mil swaps cambiais somente nesta sexta-feira, que equivalem à venda futura de dólar, com vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de março de 2016.
Paralelamente, o foco ainda mantém sua atenção em cima da cena política do Brasil. Um dos fatores de "alívio" citado pelos analistas ouvidos pela Folha de S. Paulo foi a notícia de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) manteve, nas últimas semanas, contatos com membros dos dois principais partidos de oposição do país, o DEM e o PSDB, tentando melhorar sua articulação política.
Ainda segundo a Folha, Temer esteve com Fernando Henrique Cardoso em uma conversa sobre mudanças na legislação eleitoral, mesmo assunto discutido com o senador José Serra.
Impacto no Brasil
E essa acentuada baixa do dólar pesou sobre os preços do milho no Brasil, apesar das boas altas registradas em Chicago. "O que subiu em Chicago, a baixa do dólar levou", diziam analistas. Ainda assim, a semana fechou com estabilidade para a cotação do cereal no porto de Paranaguá - R$ 29,50 por saca. No entanto, no melhor momento, os valores bateram em R$ 31,00. No interior do país, a semana também foi de manutenção das cotações em todas as principais praças de comercialização, com exceção de Jataí/GO onde foi registrado um ganho semanal de 6,66% e em São Gabriel do Oeste/MS, de 2,38%.
E esses bons momentos motivaram um significativo avanço da comercialização no Brasil, principalmente nos negócios para o segundo semestre com o grão da safrinha. Segundo Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, já há cerca de 42% vendidos de uma segunda safra de milho estimada em 42 milhões de toneladas.
Para que a rentabilidade dos produtores que estão aproveitando dessas vendas, ainda segundo Brandalizze, será importante que a produtividade seja garantida e o que os agricultores esperam, nesse momento, além da evolução dos preços, são condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento das lavouras.
Bolsa de Chicago
Agora, o mercado aguarda com ansiedade pelos primeiros números oficiais que serão reportados pelo USDA para a intenção de plantio da safra 2015/16 dos EUA, bem como os números dos estoques trimestrais norte-americanos. Ambos os dados serão divulgados no final deste mês e devem ajudar a dar um direcionamento mais claro para o mercado internacional.
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