Milho: Impasse com transgênicos reduz em 85% exportações dos EUA para a China
As exportações de milho dos Estados Unidos para a China recuaram cerca de 85% desde o início de 2014 em comparação com o mesmo período do ano passado, com apenas 171 mil toneladas. A diminuição nos embarques dos EUA com destino à nação asiática é decorrente da posição da China contra a importação de certas variedades de milho geneticamente modificadas e não aprovadas pelo ministério de agricultura do país.
Desde novembro do ano anterior, a China tem rejeitado os carregamentos de milho transgênicos dos EUA. Até o momento, cerca de 1,45 milhão de toneladas do cereal transgênico já foi rejeitada pelos compradores chineses, gerando um prejuízo de US$ 427 milhões para a indústria norte-americana.
O número reportado de carregamentos rejeitados pela associação, está bem acima do anunciado por autoridades chinesas, de 545 mil toneladas, e as estimativas da imprensa, de 900 mil toneladas. A China, é um dos principais compradores mundiais de milho, e, somente o ano passado importou em torno de 5 milhões de toneladas do cereal de várias origens, contra 47 mil toneladas adquiridas em 2008, segundo informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Frente a esse cenário, as empresas que produzem a tecnologia e as traders norte-americanas já discutem quem deve assumir os prejuízos causados pelos cancelamentos. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (11), pela Associação Nacional de Grãos e Sementes, entidade que representa a indústria dos EUA.
Em contrapartida, nesta semana, a China formalizou um acordo com o Brasil para a importação de milho. Com a medida, a expectativa é que os chineses diminuam a dependência do cereal dos EUA, responsável por 90% do produto adquirido pela nação asiática.
O volume de milho brasileiro que deverá ser embarcado para o país ainda não foi definido e dependerá da situação do mercado. Entretanto, a medida deverá contribuir para as exportações da produção de milho do Brasil, estimada em 75,5 milhões de toneladas, entre primeira e segunda safra, de acordo com o último boletim da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
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