Santa Catarina registra R$ 1 bilhão de prejuízo com a crise da suinocultura

Publicado em 10/07/2012 15:02 e atualizado em 10/07/2012 15:57
Até o momento 47 administrações municipais catarinenses decretaram situação de emergência por causa da crise da suinocultura, que perdura por 18 meses. Este número ampliará nos próximos dias, com o ingresso da maioria dos municípios que integram a Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC). A decisão foi tomada na última sexta-feira (06), durante reunião dos prefeitos da microrregião com representantes da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), em Chapecó.

O setor estima um prejuízo de R$ 4 bilhões no Brasil e de R$ 1 bilhão em Santa Catarina, uma vez que o Estado é responsável por 25% da produção nacional. Segundo levantamento da ACCS, em 2011 os produtores arcaram com perda de R$ 41 por animal, até maio deste ano o índice aumentou para R$ 58 e deve chegar a R$ 60 nos próximos dias.

De acordo com o presidente da AMOSC e prefeito de São Carlos, Elio Pedro Hoss Godoy, o cenário desfavorável do setor tem impactado a economia regional. "Em 2013 e 2014, todos os municípios sentirão o efeito da crise com a redução da arrecadação. Sozinhos não temos força para enfrentar este cenário, por isso precisamos unir esforços e solicitar subsídios do Governo Federal", comentou.

Nesta quinta-feira (12), às 14h30, as 13 Associações Estaduais que representam o segmento e lideranças do setor estarão em Brasília para entregar a pauta de reivindicações ao Ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho. A programação prevê café da manhã às 6 horas para recepcionar todos os ônibus do Brasil. Na sequência, às 8h30, ocorre audiência pública no Senado e às 12 horas, almoço com pratos à base de carne suína em frente ao Ministério.

"A pauta de reivindicações contempla três fatores fundamentais para a manutenção da atividade. O primeiro é o pagamento imediato sobre a diferença do valor recebido de R$ 1,90, sobre o custo de produção, R$ 2,57, mediante apresentação de nota. O segundo são medidas para os produtores renegociarem as dívidas. O terceiro refere-se a liberação de recursos para manter as matrizes no campo", explicou o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.

As lideranças do setor acreditam que os decretos de emergência contribuirão para mostrar a situação de calamidade pública dos municípios. "O Governo Federal já implementou incentivos para outros setores a exemplo do algodão. Por isso, solicitaremos que seja paga a diferença de R$ 0,67 ao produtor para que haja manutenção da atividade. Além disso, a longo prazo queremos o comprometido para que ocorra o controle de produção e evite o crescimento desordenado do segmento".

No Estado são mais de 8 mil produtores de suínos, destes 70% estão na região oeste, meio oeste e extremo oeste. Ao todo são 420 mil matrizes e um plantel de 6,2 milhões de animais. As estimativas de produção para este ano em Santa Catarina são de 800 mil toneladas, com destinação de 200 mil para consumo dos catarinenses, 150 mil toneladas para exportação e com uma sobra de 450 mil toneladas.

"O maior sofrimento é dos produtores independentes que não tem para quem comercializar, o que representa 90% das desistências da atividade. Acreditamos que um preço justo para produzir é de R$ 2,80. É inadmissível trabalhar sem renda, por isso estamos incentivando mobilizações pacíficas com a participação da sociedade. Atualmente, Santa Catarina é o maior produtor de suínos, mas até quando?", finalizou Lorenzi.
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AMOSC

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