Café: Após subir mais de 200 pts, Bolsa de Nova York reduz ganhos no fim da sessão e fecha com leve alta nesta 3ª feira
Nesta terça-feira (31), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com leve alta e voltaram a ficar mais próximas do patamar de US$ 1,25 por libra-peso, após o feriado "Memorial Day", comemorado ontem nos Estados Unidos. No início da tarde, os preços externos chegaram a ter mais de 200 pontos de valorização ajustando a queda da semana passada. No entanto, um tom mais ameno acabou prevalecendo no fim dos trabalhos.
O contrato julho/16 encerrou o pregão com 121,55 cents/lb e alta de 25 pontos, o setembro/16 teve 123,45 cents/lb com 20 pontos de avanço. O vencimento dezembro/16 anotou 126,15 cents/lb com 15 pontos positivos, enquanto o março/17 fechou o dia cotado a 128,75 cents/lb com 5 pontos de valorização.
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os mercados globais, de um modo geral, têm adotado certa cautela em suas apostas. "No caso do café, o sentimento é de que as cotações estão excessivamente esticadas, tanto em Nova York quanto em Londres, e com isso, as pesadas oscilações ganham freio natural. Como resultado, poucos negócios e curto intervalo mercadológico ficam sendo respeitados", explica.
Os ajustes no início da tarde no mercado, que elevaram as cotações em mais de 200 pontos, foram motivados pela queda nos últimos dias. Na semana passada, as cotações do grão na ICE tiveram baixa acumulada de 2,73%, saindo de 124,70 cents/lb para 121,30 cents/lb, repercutindo as oscilações no câmbio, diante das novidades na cena política no Brasil e as divulgações do Fed (Federal Reserve), Banco Central dos Estados Unidos, que impactam diretamente as exportações da commodity.
Paralelamente, a alta do dólar em relação ao real também contribuiu para reduzir os ganhos do café no mercado externo. A moeda estrangeira fechou o dia cotada a R$ 3,6123 na venda com alta de 0,96%. O dólar mais valorizado em relação ao real dá maior competitividade às exportações da commodity, em compensação, os preços externos tendem a recuar.
Além disso, segundo informações de agências internacionais, os operadores continuam atentos ao avanço da colheita da safra 2016/17 do Brasil, que não tem apresentado problemas significativos para o arábica, principalmente. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a colheita brasileira do grão evoluiu para 17% até 24 de maio. Levando em conta a estimativa de 56,4 milhões de sacas de 60 kg da Safras para o Brasil, já foram colhidas 9,81 milhões de sacas.
O trabalho com o arábica está antecipado e segue em bom ritmo, enquanto que no conilon está atrasado e lento. Segundo informações de produtores do Espírito Santo, a situação das lavouras no estado segue complicada e a quebra pode ser superior a 50% nesta temporada, o que totalizaria produção entre 5 milhões e 5,5 milhões de sacas.
Apesar do otimismo dos operadores em relação à produção do Brasil nesta temporada, o cenário não é tão favorável assim. "Teremos uma produção que será suficiente apenas para o consumo interno e exportação, uma vez que tudo indica estoques brasileiros estão baixos", explicou na semana passada o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, ao Notícias Agrícolas.
Mercado interno
Após trabalhar sem referência ontem e registrar apenas operações pontuais, o mercado interno voltou à ativa nesta terça-feira, mas ainda sem muitos negócios. "A falta de liquidez na maioria das praças de comercialização é notória, deixando os envolvidos ansiosos já que esperavam dias melhores no atual momento vivido. Agora o clima começa a preocupar de forma generalizada", afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 525,00 a saca e alta de 0,38%. A maior oscilação no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 1,89% e saca cotada a R$ 520,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 523,00 a saca e avanço de 0,38%. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 0,42% e saca a R$ 476,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 490,00 a saca e baixa de 2,00%. A maior variação registrada no dia dentre as praças foi em Patrocínio (MG) com valorização de 2,17% e saca a R$ 470,00.
Na segunda-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,25 com alta de 0,26%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou com leve alta nesta terça-feira, mas ainda repercute as incertezas em relação à produção nesta temporada do Espírito Santo, maior estado produtor de conilon do Brasil. O contrato julho/16 anotou US$ 1645,00 por tonelada com avanço de US$ 5, o setembro/16 teve US$ 1664,00 por tonelada e alta de US$ 3 e novembro/16 anotou US$ 1677,00 por tonelada com valorização de US$ 4.
Na segunda-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 390,03 com avanço de 0,50%.
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