Legisladores da UE apoiam extensão da importação de alimentos da Ucrânia, com restrições
ESTRASBURGO (Reuters) - O Parlamento Europeu votou nesta terça-feira (23) a favor de uma extensão de um ano do comércio livre de tarifas para produtos agrícolas ucranianos, ao mesmo tempo em que introduziu novas restrições no nível de importações para amenizar os protestos dos agricultores da UE.
O parlamento votou por 428 votos a favor, 131 contra e 44 abstenções a favor da prorrogação, que agora será aplicada a partir de 6 de junho, após superar este último obstáculo processual.
POR QUE É IMPORTANTE
A liberalização tarifária, que data de Junho de 2022, foi concebida para ajudar a manter a economia da Ucrânia à tona enquanto luta contra a invasão da Rússia.
As restrições significam que a Ucrânia ganhará 331 milhões de euros (353,2 milhões de dólares) menos com exportações para a UE do que em 2023, em comparação com 240 milhões numa proposta original da Comissão Europeia, segundo diplomatas da UE.
CONTEXTO
O que poderia ter sido uma prorrogação de rotina, inicialmente proposta em Janeiro, transformou-se num debate prolongado sobre as novas restrições, à medida que aumentavam os protestos dos agricultores da UE, nomeadamente na Polônia.
A proposta inicial da Comissão Europeia estipulava que deveriam ser aplicadas tarifas sobre aves, ovos e açúcar se as importações excedessem os níveis médios de 2022 e 2023.
Os legisladores da UE acrescentaram aveia, milho e mel à lista, enquanto a França e a Polônia pressionaram para que o período de referência calculasse a média para incluir 2021, o ano anterior à invasão da Rússia, quando a produção agrícola da Ucrânia era mais baixa devido às tarifas.
Eventualmente, foi encontrado um compromisso para incluir apenas o segundo semestre de 2021.
Esta será a última rolagem. A UE e a Ucrânia pretendem estabelecer um acordo de longo prazo a partir de junho de 2025.
Um abrangente pacote de ajuda externa superou com facilidade o último obstáculo no Congresso dos EUA na noite de terça-feira, para fornecer novo financiamento à Ucrânia e a Israel após meses de atraso.
($1 = 0,9370 euros)
Reportagem de Philip Blenkinsop Edição de Alexandra Hudson