Agronegócio gaúcho registra queda no emprego em julho, mas saldo no ano ainda é positivo
O mês de julho registrou um saldo negativo de 3.646 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul, com um total de 9.551 admissões e 13.197 desligamentos de trabalhadores formais celetistas nas atividades do setor. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (8) pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). O resultado é explicado pela continuidade do movimento de queda nas admissões, iniciado em abril de 2016. Na comparação com julho de 2015, observa-se que a perda de empregos foi exatamente a mesma.
O segmento “depois da porteira” foi o que registrou a maior perda de postos de trabalho (-3.463). Os setores com os piores saldos foram os de fabricação de produtos do fumo (-2.406 postos), de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (-437 postos) e de abate e preparação de produtos de carne (-294 postos).
Segundo Rodrigo Feix, economista e coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE, a perda de empregos na indústria fumageira era esperada e deve se repetir nos próximos meses. “Tradicionalmente, no segundo semestre diminui a necessidade de mão de obra para o beneficiamento do fumo colhido nos primeiros meses do ano, o que acarreta a redução das admissões e o aumento dos desligamentos no setor”, explica Feix. Quanto ao setor de carnes, o desempenho negativo dos últimos meses reflete a retração do mercado interno e a perda de competitividade resultante da alta do custo dos insumos, principalmente do milho.
Acumulado do ano
Nos sete primeiros meses de 2016 o saldo de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho continua positivo (3.505 postos). O resultado é inferior ao verificado em igual período de 2015, quando a criação de empregos no agronegócio totalizava 5.559 postos de trabalho. Feix projeta que o saldo de empregos no agronegócio gaúcho deverá continuar negativo no terceiro trimestre. “Há sinais de recuperação de alguns setores, como o de máquinas e implementos agrícolas, mas os potenciais saldos positivos nesses setores dificilmente compensarão as perdas de empregos na indústria fumageira, que se concentram entre julho e setembro”, pondera o pesquisador.
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