Notícias vindas do Leste Europeu alavancaram cotações do trigo nesta 4ªfeira

Publicado em 05/07/2023 14:32 e atualizado em 05/07/2023 17:30
Mesmo assim, analista destaca que fundamentos ainda são de baixa em meio a colheita do hemisfério Norte
Élcio Bento - Analista da Safras & Mercado

* Texto atualizado às 16h10 com o fechamento de Chicago

A quarta-feira (05) foi de grandes movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações subiam mais de 30 pontos ao longo deste pregão de retomada após o feriado norte-americado do Dia da Independência. 

O vencimento julho/23 foi cotado à US$ 6,62 com alta de 33,50 pontos, o setembro/23 valeu US$ 6,74 com valorização de 32,50 pontos, o dezembro/23 foi negociado por US$ 6,90 com ganho de 29,50 pontos e o março/24 teve valor de US$ 7,05 com elevação de 28,50 pontos. 

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira (3), de 5,33% para o julho/23, de 5,06% para o setembro/23, de 4,46% para o dezembro/23 e de 4,21% para o março/24.

O analista da SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, explica que os preços do trigo estavam recuando no final de junho, em função da colheita avançando no hemisfério Norte, que concentra cerca de 90% da produção mundial. Porém, o caminho mudou nesta quarta-feira. 

Bento aponta notícias vindas do Leste Europeu como as responsáveis por essas altas, como a Rússia se posicionando contrária à renovação do acordo de grãos do Mar Negro e a possibilidade de explosão nuclear na Ucrânia. 

Mesmo assim, o analista destaca que os fundamentos seguem baixistas para as cotações, que devem voltar a recuar em breve, a não ser que haja uma nova escalada no conflito Rússia x Ucrânia. 

Já para o Brasil, a SAFRAS & Mercado espera uma safra de 12,5 milhões de toneladas em 2023, o que seria um recorde para o país. Isso deve pressionar os preços que estão ao redor de R$ 1.300,00 hoje para algo entre R$ 1.000,00 e R$ 1.100,00. 

Bento completa relatando que o atual patamar de preços é 30% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, mas que os custos de produção foram até 60% menores para 2023, ainda deixando alguma margem aos produtores brasileiros. 

Confira a íntegra da entrevista com o analista de mercado da SAFRAS & Mercado no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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